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Receberam 118 mil euros a mais

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PJ visita EPUL. Prémios a administradores são ilegais, diz BE

A Polícia Judiciária esteve na manhã desta sexta-feira nas instalações da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL). A operação de investigação está a cargo do Departamento Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económico-Financeira (DCICEF) e durante a manhã os agentes verificaram diversa documentação na posse da empresa.

O PortugalDiário sabe que a visita da PJ está relacionada com a alegada atribuição indevida de prémios aos administradores, cujo Bloco de Esquerda comunicou ao Tribunal de Contas. Segundo o BE, os administradores devolveram, cada um, 12.400 euros de prémios relativos à gestão de 2004 e 2005. Prémios a que não teriam direito porque aos administradores são aplicadas as regras dos gestores públicos.

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Mas o BE fala ainda em 118 mil euros - recebidos a título de prémio pelos administradores das empresas participadas da EPUL - que, segundo o vereador Sá Fernandes, não foram devolvidos.

Contactada pelo PortugalDiário, a EPUL refere que a quatro administradores foi-lhes «atribuído individualmente um valor único de cerca de 12.400 euros, relativo aos exercícios de 2004 e 2005, e não de 20.000 Euros em 2004 e de 160.000 Euros em 2005».

«A EPUL garante ainda que é completamente falso que os administradores tenham sido obrigados a devolver os prémios de gestão».

Contudo, o BE contesta não apenas os valores, mas o facto de estes terem sido atribuídos. O Bloco responsabiliza, assim, a maioria na câmara por não seguir a resolução do Conselho de Ministros que estabelece «a não atribuição de prémios de gestão aos administradores relativamente aos exercícios económicos de 2004 e 2005». E não tem dúvidas sobre o regime em que estão abrangidos os administradores das empresas municipais: o mesmo que se destina aos gestores públicos.

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Numa carta enviada ao Tribunal de Contas, José Sá Fernandes expõe os termos legais que determinam que aos administradores das empresas municipais só se poderá aplicar o estatuto dos gestores públicos. E que a estes, segundo o Conselho de Ministros, não será atribuído nenhum prémio.

Segundo a mesma carta, a que o PortugalDiário teve acesso, foram atribuídos prémios aos administradores das seguintes empresas do Município de Lisboa: EPUL - Empresa Pública de Urbanização de Lisboa; das empresas participadas por esta, IMOHIFEN -Mediação Imobiliária, Gestão e Fiscalização, S.A., IMOHIFEN - Mediação Imobiliária, S.A. e GF - Gestão de Projectos e Fiscalização de obras, S.A..

Assim, segundo relatórios de contas, foram atribuidos prémios nos valores de 22.500 euros, 92.586 euros e 65.655 euros a estas empresas.

Por outro lado, continua o BE, «é público que estes prémios foram pagos, quer a administradores da EPUL, quer aos administradores das outras empresas atrás citadas». Segundo o vereador José Sá Fernandes, «isto contraria em absoluto as regras».

Mais: Sá Fernandes considera «significativo» não ser identificado em qualquer documento o critério que presidiu à atribuição dos prémios em causa quando não se reconhece que qualquer das empresas tenha alcançado os objectivos propostos pelas próprias, nem preenchido os indicadores exigidos pela lei para a atribuição deste complemento de retribuição.

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