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16 por cento dos alunos são vítimas de abuso emocional

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Estudo em escolas de todo o país mostra que violência emocional é mais comum do que a violência física e tende a aumentar com a idade

16 por cento dos jovens confessam-se vítimas de abuso emocional e 13 por cento de abuso físico. Esta é a conclusão de um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que teve como objectivo estimar a prevalência de jovens envolvidos em violência (participando em lutas e sendo vítimas de violência física, psicológica ou sexual).

Os investigadores avaliaram, em 2000, mais de 7 mil adolescentes com idades entre os 15 e os 19 anos, de 16 escolas públicas das capitais de distrito portuguesas, através de um questionário anónimo.

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Os resultados permitiram concluir que os abusos emocionais são o tipo de violência mais referido entre os adolescentes dos 15 aos 19 anos (19 por cento), tendendo a aumentar com a idade. 13 por cento dos adolescentes da amostra declararam ser vítimas de abuso físico, sendo que este tipo de violência e o envolvimento em lutas foram mais comuns nos rapazes, especialmente entre os mais novos.

Já os abusos sexuais atingem de forma similar rapazes e raparigas, com uma prevalência de 1,9 por cento.

Jovens mais pobres reportam mais violência física

O estudo demonstrou ainda que os adolescentes provenientes das famílias mais pobres reportam mais violência física. Por seu lado, os filhos de pais mais escolarizados relatam com mais frequência abusos emocionais.

Segundo os investigadores, «estes resultados podem estar relacionados com a forma como os jovens, dependendo do ambiente no qual estão integrados, percepcionam a violência». É possível que os adolescentes de classes mais altas identifiquem como abuso emocional situações que os jovens de classes mais baixas desvalorizam.

As raparigas que se classificaram como «sem religião» referiram mais frequentemente serem vítimas de abuso físico e emocional, no entanto não se observou associação com o envolvimento em lutas. Outros estudos internacionais sugerem que a religião pode influenciar o comportamento dos jovens, na medida em que estes, quando praticantes de uma religião, estão envoltos num conjunto de regras e valores que exercem pressão na sua conduta, ainda que de forma subjectiva.

O consumo de tabaco e cannabis também foi avaliado. Os investigadores explicam que, como esperado, uma vez que se conhece a relação entre os diferentes comportamentos de risco, o consumo destas substâncias associou-se a todos os tipos de violência, tanto nos rapazes como nas raparigas.

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