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Estudar para nada

Os alunos só retêm um quinto do que aprenderam em nove anos de escola. Decorar não funciona

No final dos nove anos de escolaridade obrigatória, e de cerca de seis mil horas de aulas, um aluno bom ou médio retém apenas 20 por cento dos conhecimentos transmitidos e os mais fracos entre dez a 15 por cento. «É a falência de um ensino que apela à memorização de conhecimentos inúteis». A conclusão é do Instituto da Inteligência e baseia-se em inquéritos realizados a cerca de 600 jovens.

A escola, explicou ao PortugalDiário o director desta instituição, Nélson Lima, «pretende obsessivamente ensinar muita coisa, mas se os alunos perdem 80 por cento do que a escola lhes pretendeu transmitir, então o tempo está muito mal gerido».

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O que resulta, ao final dos nove anos, continua aquele especialista, «é uma ideia muito geral de tudo, mas poucos conhecimentos consolidados. Verificamos que os alunos têm do mundo uma visão muito frágil porque receberam conhecimentos empacotados».

De acordo com dados de um estudo americano, que Nélson Lima faz questão de sublinhar, de uma matéria que foi bem aprendida hoje para um teste, apenas 10 por cento permanece 16 semanas depois, se não for revista.

A escola, na opinião do director do Instituto da Inteligência, «dá matéria a mais, apela à memorização sistemática, quer fazer dos miúdos enciclopédias, quando devia preocupar-se em transmitir saberes fundamentais para compreenderem o mundo e orientá-los para procurarem e acederem aos conhecimentos, porque assim eles vão aprendendo».

Actualmente, adianta aquele psicólogo, «os jovens têm acesso a muito mais informação e ninguém os ensina a geri-la, por isso é que têm informações fragmentadas». À escola devia caber esse papel, mas «as teorias de aprendizagem em que o ensino convencional se apoia estão desactualizadas».

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