O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) questionou esta quarta-feira o anunciado reordenamento da rede escolar, considerando que a sua aplicação no próximo ano lectivo «seria um suicido pedagógico».
Em declarações à Lusa no final de uma reunião com a directora regional de Educação do Centro, Helena Libório, o presidente da direcção do SPZC, José Ricardo, disse que esta responsável «não tem ainda soluções definitivas» neste domínio.
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«A senhora directora regional teve uma postura apenas de ouvinte e registou todas as nossas preocupações», adiantou o sindicalista, que é também vice-secretário geral da Federação Nacional de Educação (FNE).
Numa nota, o SPZC considera «inaceitável que o anúncio de encerramentos de escolas circule na comunicação social sem que os principais responsáveis de órgãos das escolas e dos agrupamentos disso tenham tido conhecimento».
Na reunião realizada esta quarta-feira, o sindicato pretendia debater «as condições em que o encerramento das escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico [com menos de 21 alunos, anunciado na semana passada pelo Governo] será concretizado e as condições da oferta educativa nas escolas de acolhimento».
«Interessa-nos o que os alunos podem sofrer com esta reestruturação», afirmou José Ricardo à Lusa, revelando que Helena Libório «não se comprometeu absolutamente com nada».
«São um erro político irreparável para a melhoria do sistema de ensino português as constantes alterações da política educativa introduzidas anualmente na educação», sublinha o sindicato.
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Para José Ricardo, «seria um suicido pedagógico implementar já a partir de 1 de Setembro as medidas» aprovadas pelo Conselho de Ministros. «Tudo está em aberto neste momento na região. Quando é dito isto, eu pergunto o que se anda a fazer?», acrescentou.
Fenprof entrega dez mil assinaturas
Também esta quarta-feira, a Fenprof entregou no Ministério da Educação, um documento com dez mil assinaturas
que pede medidas urgentes contra o encerramento de escolas. É um abaixo-assinado que pede a valorização do primeiro ciclo e contesta o encerramento das escolas com menos de 20 alunos.
Para a Federação Nacional de Professores «o verbo correcto é requalificar e não encerrar», defende Mário Nogueira, secretário-geral do sindicato.
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