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Hospitais pedem dinheiro para receber alunos

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O director da Escola Superior de Saúde de Castelo Branco, Carlos Maia, considerou urgente que o Governo «ponha ordem» na proliferação de instituições de saúde públicas que pedem dinheiro para receber alunos em actividades curriculares e estágios.

Carlos Maia pediu que a situação seja «clarificada».

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«Por um lado, há um despacho que proíbe qualquer contrapartida financeira. Formar novos profissionais faz parte das carreiras e competências de quem está no sector», defendeu o director da Escola Superior de Saúde de Castelo Branco.

Por outro, Carlos Maia reconheceu que o caso específico do ensino de Medicina, «abriu uma excepção, admitindo essas compensações».

«Agora, é preciso uma determinação superior, clarificar a situação entre o ensino e as instituições de Saúde», destacou o mesmo responsável.

A componente prática e os estágios em hospitais e outras unidades são considerados fundamentais nos currículos dos cursos.

No caso dos ministrados no Politécnico de Castelo Branco, 50 por cento da carga horária em Enfermagem é dedicada a actividades práticas, enquanto no ramo das Tecnologias de Saúde, a percentagem ronda 30 a 40 por cento.

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Carlos Maia acredita que a raiz do problema esteve na proliferação de escolas de Saúde.

«No sentido de garantirem campos de estágios, as escolas privadas começaram a pagar para terem lugares. Provavelmente, algumas escolas públicas terão entrado nesse jogo», referiu.

O director da Escola Superior de Saúde de Castelo Branco garantiu nunca ter pago para colocar estagiários, recordando que um hospital público já lhe propôs, em protocolo, «o pagamento de cinco euros por dia por cada aluno que acolhesse».

«Sei de colegas de outras escolas de Saúde que foram confrontados com protocolos semelhantes em diferentes instituições», acrescentou.

Noutros casos, há administrações de hospitais que aceitam receber os alunos, «mas depois têm enfrentar a oposição interna dos profissionais, que exigem ser recompensados pelo tempo que prestam na formação», descreveu, receando que este tipo de cenários possa minar a atenção dada aos estudantes.

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«Já tivemos de mudar estagiários»

Face à situação, «já tivemos que mudar alunos de uns estágios para outros, pelas verbas que nos foram exigidas. Ainda nenhum ficou sem estágio, mas a situação começa a ser sufocante», sublinhou.

«Os ministérios da Saúde e Ensino Superior têm que por cobro a isto e devem-no fazer de uma forma concertada. Ou não se paga ou se é para pagar é preciso definir como, porque actualmente, mesmo que quiséssemos, não tínhamos verbas para tal», sublinha.

A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias faz parte do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e ministra cursos nas áreas da Enfermagem, Cardiopneumologia, Radiologia, Fisioterapia e Análises Clínicas.

Segundo dados do IPCB, é frequentada por cerca de 650 alunos.

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