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«Sol» vai estar nas bancas

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Providência cautelar entregue. Agente de execução deixa instalações com assinatura do segurança

Foi uma missão de várias horas, aquela que um agente de execução protagonizou esta quinta-feira à tarde, para notificar o semanário «Sol» de uma providência cautelar. A medida, intentada pelo administrador da PT Rui Pedro Soares, tem como objectivo travar a publicação de escutas relacionadas com o processo Face Oculta que lhe digam respeito. Mas a TVI sabe que o jornal vai estar nas bancas.

«Sol» promete novas revelações

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O oficial de justiça tentou recolher a assinatura do director do jornal as assinaturas do director da publicação, José António Saraiva, e das jornalistas Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo, mas acabou por deixar as instalações com o nome assinado do segurança da entrada do jornal, a quem entregou uma cópia da providência.

Antes disso, enquanto no exterior do «Sol» as atenções se centravam no agente de execução - que tentou por seis vezes notificar os elementos do «Sol» -, dentro da redacção, o ambiente era «calmo», mas de alguma «expectativa». «Não sabemos se vamos estar nas bancas», disse na altura, ao tvi24.pt, um dos jornalistas do jornal, que pediu para não ser identificado.

«A expectativa é idêntica à dos jornalistas que estão à porta», disse a mesma fonte, acrescentando: «Não se sabe como é que isto vai acabar». A existência de uma providência cautelar, que visa tanto a edição de papel como a electrónica, foi recebida na redacção com um «misto de surpresa», mas também «com resignação».

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«Estamos a falar de um jornal já escaldado com este Governo», disse o mesmo jornalista ao tvi24.pt. «Vão usar as armas todas que puderem», assinalou.

Na gráfica, onde o jornal é impresso, ninguém quis prestar declarações à TVI acerca da existência de uma eventual medida judicial que tivesse como objectivo impedir a impressão do «Sol».

O tvi24.pt apurou, contudo, que a edição de Moçambique já seguiu, a de Angola estava prestes a seguir a meio desta tarde e a de Cabo Verde chegará esta sexta-feira ao arquipélago. Em Portugal, persiste a dúvida sobre se haverá «Sol» ou não esta sexta-feira.

Expresso disposto a publicar

O sentimento de estranheza face a esta situação não se vive apenas dentro do «Sol». O director de semanário «Expresso», Henrique Monteiro, descreveu a providência cautelar ao «Jornal de Negócios» como «absolutamente escandalosa», considerando que será o «abrir a porta à censura prévia», caso as escutas que estão previstas para serem publicadas sejam de teor semelhante às da última edição.

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«Os documentos que o "Sol" publicou dizem respeito a pressões públicas, não a questões do foro da intimidade dos envolvidos. Por isso, o princípio de proibir a sua publicação parece-me inacreditável», disse o director do semanário ao «Jornal de Negócios».

Manifestando solidariedade com o jornal concorrente, Henrique Monteiro disse mesmo: «No limite estaríamos dispostos a publicá-las no "Expresso"».

Polvo

A TVI apurou que não haverá escutas relativas a Rui Pedro Soares, que interpôs a providência cautelar. A direcção do «Sol» considera, por essa razão, não haver qualquer justificação para que edição não chegue às bancas.

Na manchete do semanário, que não se sabe se estará à venda esta sexta-feira, está impressa a imagem de um polvo com a imagem de José Sócrates por trás.

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