Já fez LIKE no TVI Notícias?

Condução: exames rigorosíssimos

Relacionados

Presidente do ACP apresenta propostas para dificultar o acesso às cartas. A ideia é aprenderem mesmo a conduzir. Responsável da Prevenção Rodoviária concorda. «Toda a gente conhece alguém a quem pediram dinheiro para passar nos exames», diz. O que pensa o leitor? Escolas de condução contestam novas cartas

Em vez de ensinarem «os pesos brutos dos veículos pesados» ou «o peso máximo que um veículo pesado pode descarregar por eixo», as escolas de condução «fariam melhor se ensinassem, por exemplo, a escolher a velocidade mais adequada a cada situação».

A sugestão é do presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), José Manuel Trigoso, que, em declarações ao PortugalDiário, revelou concordar com a proposta do presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) de tornar mais rigorosos o ensino e os exames de condução.

PUB

A «remodelação profunda» que Trigoso defende, passa, em primeiro lugar, por acabar com a concorrência entre centros de exame. «Somos o único país da Europa, e se calhar do mundo, que tem centros de exame em concorrência». Situações como esta «geram falta de qualidade e situações menos lícitas», sustenta.

«Passou no exame sem lá por os pés»

«Qual é o critério de escolha?», interroga-se, ainda, o presidente da PRP, que admite conhecer a resposta: «As pessoas escolhem os mais fáceis». Pior: «Toda a gente conhece alguém a quem pediram dinheiro para passar nos exames».

Muito recentemente chegou aos ouvidos do responsável da PRP «que uma pessoa teria sido aprovada no exame, sem lá pôr os pés». Todas as denúncias por escrito «são encaminhadas para as entidades próprias». O resto, é informação de «ouvir dizer» que aguarda melhor prova.

O responsável da PRP defende os exemplos da Holanda ou da Bélgica, «onde o examinado conduz em diferentes vias, integrado no fluxo normal de tráfego».

PUB

Por que baixou o número de vítimas da estrada?

As estatísticas revelam um decréscimo «constante e sustentado» no número de vítimas nas estradas, facto que Trigoso atribui «às novas vias com muito mais segurança, às metodologias de acalmia do tráfego nas zonas urbanas», a par da «atitude das pessoas que tem vindo a modificar-se, nomeadamente, através do uso do cinto de segurança, cadeirinhas de crianças e mais cuidado no atravessamento dos peões».

«As pessoas entram nas escolas a dizer quero tirar a carta de condução. Devem passar a dizer: quero aprender a conduzir», remata.

150 acidentes em dia de Carnaval

As propostas que o ACP apresenta em Março

As propostas do Automóvel Clube de Portugal para alterações no conteúdo do ensino da condução automóvel e nos exames vão ser apresentadas em Março e baseiam-se nos estudos que a ACP está a elaborar.

PUB

«O ensino tem de ser extremamente rigoroso e os exames têm de ser rigorosíssimos de maneira a que as pessoas depois de terem a carta de condução sejam verdadeiros condutores», referiu o presidente do ACP, Carlos Barbosa, em declarações à TSF, admitindo mesmo que alguns alunos tenham de fazer «80 lições» de condução antes de ir a exame.

Para Barbosa, é necessário «adaptar os conteúdos do ensino à realidade», acrescentando discordar da fixação de «cinco percursos» pré-determinados por decreto-lei para a realização das provas.

Segundo o presidente do ACP, as pessoas não sabem conduzir e a redução na sinistralidade rodoviária deve-se mais à crise económica, que impede os portugueses de andarem tanto de carro, do que ao civismo dos condutores.

Refira-se que o Governo anunciou uma reforma mais profunda do Código da Estrada, para este ano, e que inclui a simplificação dos procedimentos para cassação da carta de condução.

E o leitor concorda com estas medidas? É mais importante a carta ou aprender a conduzir? Na sua opinião, a que se deve a redução da sinistralidade?

PUB

Relacionados

Últimas