O Ministério Público solicitou esta quinta-feira ao Tribunal de Coimbra a condenação a 22 anos de prisão do estudante universitário que assassinou a ex-namorada, mas a defesa considera que se faria justiça com uma pena de 8 anos, noticia a Lusa.
«Uma pena de 25 anos será excessiva, mas menos de 22 anos é capaz de pecar por defeito», afirmou o procurador Manuel Gonçalves, nas alegações finais, preconizando uma condenação do jovem por homicídio qualificado, cuja moldura é estabelecida entre 12 e 25 anos de prisão.
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O advogado de defesa, que chegou a trazer para a audiência a questão da imputabilidade do seu constituinte, chamou a atenção do tribunal para razões justificativas para uma atenuação geral e especial, e defendeu uma classificação do crime como homicídio simples, com uma moldura penal mais branda, de 8 a 12 anos de prisão.
«Com uma pena próxima da mínima far-se-á justiça», sustentou João Videira Lopes, alegando que num recente acórdão o Supremo Tribunal de Justiça entendeu classificar de homicídio simples um caso em que o agressor apunhalou 13 vezes a vítima.
Confessou crime
Como atenuantes alegou o facto de o arguido ter confessado o crime, se ter entregue voluntariamente às autoridades, o arrependimento demonstrado, o seu comportamento social anterior e a sua postura na prisão, onde se dedica a trabalhar na biblioteca e a dar sequência ao seu curso de Engenharia Civil.
Agressor e vítima eram estudantes de Engenharia Civil na Universidade de Coimbra e manteriam uma relação amorosa há um ano quando nas férias escolares do Verão de 2007 ela decidiu pôr-lhe termo, embora mantendo com ele um relacionamento amigável, visto serem colegas de curso.
Na manhã de 18 de Setembro de 2007, num intervalo das aulas, o agressor atraiu a vítima, na altura com 21 anos, para o parque de estacionamento de uma urbanização próxima do Pólo II da Universidade, para conversarem, e como aquela manteve a sua decisão desferiu-lhe vários golpes de faca de cozinha, com uma lâmina de 20 centímetros, que furtara de casa de um amigo.
Após a consumação do acto, o agressor, actualmente com 24 anos, abandonou a vítima oculta por um arbusto, assim como a faca, e pôs-se ao volante do seu veículo até que encontrou uma patrulha da GNR - Escola Segura e a interpelou dizendo «prendam-me que eu matei uma pessoa», apresentando-se com as vestes ensanguentadas.
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