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Daqui a pouco mais de três meses, quando fizer os exames nacionais de acesso ao ensino superior, Duarte Bénard da Costa será obrigado a escrever como manda o novo acordo ortográfico. Se não o fizer, cada palavra escrita na antiga grafia será contabilizada como um erro e Duarte pode perder até cinco valores (em 20), que podem ser fundamentais para o acesso ao curso superior escolhido. A obrigatoriedade de escrever conforme o novo acordo ortográfico nos exames nacionais foi imposta pelo Ministério da Educação, apesar de, por exemplo, muitos dos livros do Plano Nacional de Leitura estarem publicados apenas na antiga grafia e de haver casos de professores que têm optado pela tolerância nos testes de avaliação de conhecimentos. A mudança implementada este ano marca o fim do período de adaptação para aplicar o novo Acordo Ortográfico nas escolas. Até aqui, os estudantes podiam usar as duas grafias nos exames nacionais, sem sofrerem qualquer penalização.
A imposição do Ministério da Educação desagrada a muitos alunos e professores e, na Escola Secundária de Camões, em Lisboa, os estudantes criaram uma comissão que está a lutar pela tolerância. Uma das primeiras medidas da Comissão Estudantil para a Tolerância quanto ao AO90 nos Exames foi o lançamento de uma petição online.
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«Na petição não somos contra o Acordo Ortográfico, até porque a comissão divergiu nessa matéria. Chegámos à conclusão que a tolerância é o caminho correto», explica à TVI24 Duarte Bénard da Costa, um dos elementos da comissão.
«A maior parte dos alunos não estão preparados para fazer os exames de acordo com a nova grafia. Muitos não conhecem as novas regras. É inconstitucional obrigar os alunos a usar o acordo», acrescenta.
«Nunca pensámos que, em três dias, fôssemos ter mil e tal assinaturas. Cá na escola, está a ser muito bem recebida, mesmo pela direção e pelos professores», acrescenta Duarte.
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Leia também:«Sugeriram-nos avançar para uma ação judicial contra o Governo e contra o Ministério. Mas achámos a medida muito dura».
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