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Duplicou o ritmo de subida do nível do mar na costa portuguesa

Dados relativos aos últimos 20 anos. Estudo encomendado pelo Governo conclui que serão precisos 221 milhões de euros nos próximos seis anos para repor em circulação a areia

Nos últimos vinte anos, o ritmo de subida do nível das águas do mar em Portugal duplicou, segundo um relatório encomendado pelo Governo. O jornal «Público» refere, esta quinta-feira, que apesar dos riscos que esta aceleração representa, as ações no sentido da proteger o litoral não têm seguido uma lógica consistente.

O relatório apresentado pelos investigadores faz um diagnóstico detalhado da evolução do nível do mar na costa portuguesa, apontando os pontos mais críticos: a zona a sul de Espinho e da Figueira da Foz e a Costa da Caparica.

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Também em Cascais o documento aponta uma subida do nível do mar de 4,1 milímetros por ano, entre 200 e 2013, uma taxa superior à observada nas duas décadas anteriores, que ficou pelos 2,1 milímetros por ano.

O estudo conclui que serão precisos 221 milhões de euros nos próximos seis anos e 734 milhões até 2050 para repor em circulação a areia que faz falta à costa portuguesa.

A lógica de investimento do Governo para a proteção do litoral é, de resto, criticada pelos investigadores.

Nos últimos 20 anos, foram gastos 196 milhões de euros para travar o avanço do mar, mas, de acordo com os autores do relatório, este investimento é baseado em ações reativas, como resposta a alterações meteorológicas de maior impacto. Uma crítica apoiada pelos dados do documento: os anos de maior investimento foram os que registaram mais temporais, com ondas de maior altitude.

Dos 196 milhões gastos 52% foram utilizados em obras pesadas, como paredões ou esporões, mas a equipa de investigação sublinha a ineficácia destas intervenções para fixar sedimentos. Apenas 38% do dinheiro foi direcionado para obras ligeiras, como a alimentação artificial das praias e o reforço das dunas, e 8% para intervenções nas arribas.

Para travar o ritmo da subida das águas, os investigadores defendem duas estratégias fundamentais: a redução da erosão por meio da alimentação artificial e, por outro lado, a relocalização das habitações situadas em zonas de risco máximo.  

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