Sérios problemas de visão podem afectar os filhos de mulheres que durante a gravidez tomarem metanfetamina, um psicoestimulante ilícito alternativo à cocaína e heroína, afirma estudo de investigadores portugueses e espanhóis, noticia a Lusa.
O estudo, a publicar dia 31 na revista Brain Research, apoia-se em testes realizados em ratos. «Foi dada metanfetamina a ratos durante o período de gestação e verificou-se que, mesmo em baixa dosagem, há diminuição do tamanho do nervo óptico e da espessura da mielina», explicou hoje Pedro Melo, co-autor do trabalho e investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) do Porto.
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A mielina é uma substância que envolve o nervo óptico e que funciona como «isolante» da condução eléctrica. Ao diminuir o tamanho do nervo óptico e da espessura da mielina «compromete-se o funcionamento normal dos neurónios», disse Pedro Melo.
Embora esta investigação tenha sido conduzida em ratos, «existem fortes indícios de que o mesmo possa acontecer em humanos», pelo que o consumo de metanfetamina por grávidas «pode comprometer o funcionamento normal do sistema visual dos seus filhos» destacou o investigador.
A metanfetamina, também conhecido por «crystal meth» ou «ice», é uma droga de abuso altamente aditiva e tóxica, sendo actualmente o psicoestimulante ilícito mais consumido nos Estados Unidos e Japão.
A fácil produção e o preço baixo tornam esta droga uma aliciante alternativa à cocaína e heroína.
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