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Milhares de alunos fazem esta semana Provas de Aferição

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Testes visam a recolha de dados relevantes sobre os níveis de desempenho dos estudantes. Associações de professores criticam o sistema

Mais de 230 mil alunos do 4.º e 6.º anos realizam esta semana provas de aferição a Língua Portuguesa e Matemática, testes que visam a recolha de dados relevantes sobre os níveis de desempenho dos estudantes.

De acordo com o calendário definido pelo Ministério da Educação (ME), a prova de Língua Portuguesa realiza-se na quarta-feira, às 10:00, enquanto a de Matemática está prevista para sexta-feira, à mesma hora.

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As provas do 1.º ciclo têm a duração de 90 minutos, repartidos por dois períodos de 45 minutos, com um intervalo de 25. As do 2.º ciclo têm a duração de 100 minutos, repartidos por dois períodos de 50 minutos, separados por uma pausa de 20.

Introduzidas em 1999, estas provas começaram por ser universais, apesar das classificações não contarem para a nota final, mas em 2002 passaram a ser realizadas apenas por uma amostra representativa de alunos. Em 2007, o ME, então dirigido por Maria de Lurdes Rodrigues, decidiu que os testes voltavam a ser aplicados a todos os estudantes dos dois anos de escolaridade.

Apesar de não contarem para efeitos de reprovação dos estudantes, as notas alcançadas nestas provas serão afixadas em pauta, possibilitando, segundo o Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), «uma reflexão colectiva e individual sobre a adequação das práticas lectivas».

No ano passado, a Língua Portuguesa, 91 por cento dos alunos do 4º ano tiveram nota positiva, menos 1,5 pontos percentuais do que em 2008. Ao nível do 6.º ano, as notas negativas passaram de 6,5 para 11 por cento.

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Quanto a Matemática, a percentagem de negativas na prova de aferição do 4.º ano passou de 8,8 para 11 por cento, enquanto no 6.º ano registou-se igualmente um aumento, de 18,3 para 20 por cento.

Professores de Português querem regresso do sistema de amostragem

A Associação de Professores de Português (APP) defende que as provas de aferição devem voltar a ser realizadas apenas em algumas escolas, por amostra, e rotativamente a todas as disciplinas de todos os anos de escolaridade.

Segunda a vice-presidente da APP, Edviges Antunes Ferreira, este é um dos pontos centrais de um parecer que a associação está a preparar sobre as provas de aferição e que também deverá ser enviado ao Ministério da Educação na próxima semana.

«As provas de aferição deviam ser feitas por uma entidade independente, por amostra, em todos os anos de escolaridade e a quatro disciplinas por ano lectivo», defendeu a responsável, em declarações à agência Lusa.

A APP vai defender ainda junto do Governo que os resultados sejam divulgados pergunta a pergunta e «atempadamente», portanto antes do final do ano lectivo. «Quando os resultados saem os alunos já estão nas mãos de outros colegas», devido à mudança de ciclo, lamentou.

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Segundo Edviges Antunes Ferreira é uma «perda de tempo» realizar estas provas a todos os alunos, até porque, por amostragem, os resultados também são fiáveis. «Os professores estão demasiadamente preocupados em preparar os alunos para as provas de aferição», afirmou.

Provas mais difíceis realizadas por uma entidade externa, pedem professores de Matemática

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) defende que as provas de aferição sejam realizadas por uma entidade externa ao Ministério da Educação (ME) para evitar a tentação dos «resultados mediáticos e políticos», afirmou o presidente da SPM, Nuno Crato, em declarações à agência Lusa.

Segundo o presidente da SPM, estes testes deveriam ter o estatuto de exames nacionais, com efeitos nas notas dos estudantes no final do ano, ao mesmo tempo que deveria ser elevado «bastante mais» o nível de rigor.

«Estes testes deveriam ser uma medida de avaliação real dos alunos. Tal como são actualmente, são encarados pelos alunos como algo facultativo, não sendo também levados a sério pelos professores, o que torna a sua fiabilidade muito baixa», acrescentou.

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