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«Quem marcou a data da greve dos professores foi o Governo»

João Semedo, do Bloco de Esquerda, reage a declarações do primeiro-ministro

O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo defendeu que «quem decidiu que era neste momento que se teria que realizar uma greve foi o Governo e não os professores», alertando que «as ameaças não são solução para nada».

«É preciso dizer que quem marcou a data da greve, na realidade, foi o Governo ao negociar tarde e a más horas e a impor, tarde e a más horas, medidas que são muito lesivas das condições de trabalho e de vida dos professores e também de sobrevivência e de qualidade da escola pública», acusou João Semedo aos jornalistas à margem da apresentação dos candidatos do BE às próximas eleições autárquicas na Trofa.

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Sobre as declarações do primeiro-ministro sobre a possibilidade de o Governo tomar «outra medida» para assegurar a realização dos exames nacionais, o coordenador do BE criticou o facto de «em vez de negociar, como as leis do país e a Constituição impõem, o Governo, perdido na sua falta de razão e argumento, tenta recorrer a medidas administrativas de retaliação e de ameaça sobre os professores».

«A história do movimento sindical em Portugal demonstra que as ameaças não são solução para nada e em geral são até mais achas para uma fogueira que neste momento julgo que não interessa a ninguém», alertou.

Na opinião de João Semedo, «o que acontece com a greve dos professores é que o Governo impôs cortes salariais, aumento do horário de trabalho, despedimento de milhares de professores num momento em que as escolas estavam a preparar a avaliação e os exames».

«Na realidade, quem decidiu que era neste momento que se teria que realizar uma greve foi o Governo e não os professores», justificou, acrescentando: «Não se pense que os professores iriam fazer greve quando Portugal vai a banhos e quando as escolas estão fechadas. É um disparate redondo dizer uma coisa dessas».

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«O primeiro-ministro e outros membros do Governo, dirigentes do PSD e do CDS, o que estão a dizer hoje sobre a greve dos professores foi o mesmo que disseram sobre a greve dos ferroviários, trabalhadores portuários e eu posso hoje recordar que todas essas greves se prolongaram e tiveram as consequências que tiveram devido à intransigência das administrações e do Governo», recordou.

Sobre as declarações do secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, em entrevista do Dinheiro Vivo, onde considerou que «o ministro Vítor Gaspar tem feito um trabalho verdadeiramente patriótico», João Semedo apelidou de «uma piada de mau gosto, a que habitualmente os portugueses chamam dar graxa ao chefe».

«Julgo que nem é uma piada muito original porque elogios a Vítor Gaspar tenho ouvido do ministro das Finanças da senhora Merkel. Julgo que isso não abona a favor do patriotismo do ministro Vítor Gaspar», observou.

Na opinião do bloquista, «Vítor Gaspar não tem nada de patriótico, bem pelo contrário» já que «deixou uma obra terrível na economia portuguesa, afundou a economia portuguesa e portanto se há coisa que Vítor Gaspar não fez foi defender os interesses de Portugal».

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