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Braço direito de Godinho assume ser «pau-mandado»

Namércio Cunha decidiu falar no julgamento do processo Face Oculta

O arguido no processo Face Oculta Namércio Cunha, ex-colaborador do empresário das sucatas Manuel Godinho, admitiu esta quarta-feira ter sido um «pau mandado», limitando-se a cumprir ordens.

«Fiz coisas que me mandaram fazer. Executei. Devia essa obediência em termos de chefia, mas o que me prendia na empresa eram os desafios profissionais», assumiu Namércio Cunha perante o colectivo de juízes que está a julgar este caso, no tribunal de Aveiro.

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Durante a sessão da manhã, o ex-director comercial da O2, que pertence a Manuel Godinho, explicou as suas tarefas durante os sete anos que esteve na empresa, esclarecendo que reportava directamente a Paulo Godinho, o filho mais velho do empresário das sucatas e principal arguido no processo.

À saída da sala de audiências a sua advogada, Dália Martins, referiu que o arguido, que pediu para falar em tribunal, quebrando o silêncio a que se remeteu desde o início do julgamento, decidiu fazê-lo agora por ser «o momento oportuno».

«Foi o momento que considerámos oportuno para Namércio falar ao tribunal» afirmou a causídica, admitindo que o depoimento do arguido deverá durar cerca de duas semanas.

A advogada esclareceu ainda que o arguido não tem assumido a posição de arrependido, neste processo.

«A figura do arrependido não está prevista na lei e não é essa a posição que o dr. Namércio tem assumido desde a primeira hora. Tem assumido uma posição de colaborar com a justiça no esclarecimento da verdade dos factos que lhe são imputados a ele. Namércio está aqui apenas e tão só para se defender», concluiu.

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Namércio Cunha, que está acusado de um crime de associação criminosa e outro de corrupção activa para ato ilícito, é o sexto arguido do processo Face Oculta a ser ouvido em audiência de julgamento.

Segundo a acusação, Namércio Cunha era o «principal coadjuvante» de Manuel Godinho nas diligências por si empreendidas no sentido de favorecer as empresas do sucateiro.

No processo refere-se que o arguido «funcionou não só como conselheiro técnico, mas também como auxiliar no estabelecimento de contactos com indivíduos que exercem funções de poder, detêm capacidade pessoal de decisão, com capacidade para influenciar determinantemente o decisor e com acesso a informação privilegiada».

A Namércio Cunha competia, igualmente, a propósito da quadra natalícia, organizar a lista dos indivíduos a serem obsequiados por Manuel Godinho, os objectos a ofertar e o seu valor.

A sessão foi interrompida cerca das 12:30 e prosseguirá ao início da tarde.

Actualizado às 14:55

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