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Sociólogo defende fim do 1 de Maio e 1 de Dezembro

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Manuel Villaverde Cabral considera que existem outros dois dias que fazem as mesmas celebrações. CGTP diz que «declarações são inadmissíveis, aberrantes e estupidificantes»

O sociólogo Manuel Villaverde Cabral diz que o Governo deveria optar por acabar com os feriados do 1.º de Maio e do 1.º de Dezembro, por considerar que existem outros dois dias que fazem as mesmas celebrações.

Para o investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, o 25 de Abril, que assinala o fim da ditadura em 1974, e o 1.º de Maio, que é o Dia do Trabalhador, «são a mesma coisa» e portanto defende que se acabe com um deles, sendo que, se a escolha fosse sua, optaria pelo segundo.

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Quanto ao 1.º de Dezembro, o dia da Restauração da Independência em relação a Espanha em 1640, diz que é uma celebração «da pátria» e que para isso já existe o 10 de Junho, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Para o sociólogo, este feriado do 1.º de Dezembro é «absolutamente sem sentido» e «metade dos portugueses nem sabe o que significa».

Além destes dois feriados, Villaverde Cabral considera que é preciso também acabar com a tolerância de ponto do Carnaval que é «totalmente ridículo numa sociedade como a portuguesa», acrescentando que, na prática, se trata de mais um feriado conseguido graças a «uma aldrabice».

Mas para o sociólogo, além de acabar com feriados, o Governo deveria transformar a quase totalidade em feriados móveis e colá-los ao fim de semana, dando o exemplo da Inglaterra.

Villaverde Cabral lamenta, por isso, que o Ministério da Economia já tenha anunciado que isso não irá acontecer, como chegou a ser ponderado. Para o sociólogo, o Executivo revela aqui que «tem mais medo que vergonha» e não se atreve a «mexer no comodismo», defendendo que o Governo deveria «sair da zona de conforto».

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O Governo vai acabar com quatro feriados, dois civis e dois católicos, com o objectivo de aumentar a competitividade e a produtividade das empresas, mas muito destes dias «não são passíveis de mudar», reconheceu o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, na segunda-feira, durante uma audição parlamentar por causa do Orçamento do Estado para 2012.

«Declarações são inadmissíveis, aberrantes e estupidificantes»

As declarações do sociólogo Manuel Villaverde Cabral, que defende a abolição do 1.º de Maio, são «inadmissíveis, aberrantes e estupidificantes», disse à agência Lusa Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP.

«Essa declaração ainda é mais grave por ter sido proferida por quem a proferiu e designadamente pela sua formação académica. Confundir aquilo que não é confundível é estupidificante», afirmou Arménio Carlos.

O sindicalista relembrou que o 25 de Abril «é uma data que tem uma ligação directa com a conquista da democracia, da liberdade e com um conjunto de direitos que os trabalhadores conquistaram e o 1º de Maio é uma comemoração que resulta de uma jornada de luta permanente e secular pela redução do horário de trabalho, por melhores condições de vida para os trabalhadores e sobretudo por uma transformação da sociedade, com vista a promover uma maior justiça social».

Para acentuar a diferença entre uma data e outra, Arménio Carlos lembra que «cento e muitos anos depois do 1.º de Maio o horário de trabalho está a ser posto em causa pela proposta do governo, que prevê o aumento do horário de trabalho para 42,5 horas semanais».

«Esta é a demonstração clara e inequívoca de que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Podem ser complementares, agora idênticas é que nunca serão», disse.

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