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Fenprof acusa Governo de manipular chumbos

FNE encara redução de chumbos sem surpresa, mas com preocupação. CONFAP preocupada com as retenções

A Federação Nacional dos Sindicatos de Professores (FNE) desvalorizou os dados que apontam para a descida da taxa de chumbos no ensino básico e secundário, considerando mais preocupante o insucesso nas transições de ciclo.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, afirmou que os dados do Ministério da Educação, que indicam que a taxa de chumbos no ensino básico e secundário atingiu este ano o valor mais baixo da última década, não chegam a ser «uma boa notícia».

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Ensino público está cada vez pior

«Não tive acesso ainda a todos os dados mas para a FNE o mais preocupante é o aumento dos níveis de insucesso na transição de ciclo», disse.

«Daquilo que fica dos números e numa primeira apreciação genérica o que é preocupante é que quando a escola tem de certificar que o aluno adquiriu um conjunto de conhecimentos e competências que permitem transitar de ciclo os resultados escolares pioraram», afirmou.

No entender de João Dias da Silva, estes dados resultam da insuficiência de mecanismos no sistema educativo de combate ao insucesso escolar.

Fenprof diz que há manipulação de números

A Fenprof afirmou receber sem surpresa as estatísticas sobre a diminuição das taxas de retenção nos ensinos básico e secundário, pois era a isso que conduzem as orientações e iniciativas do Ministério da Educação.

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«Há um conjunto de orientações e iniciativas do Ministério da Educação cujo objectivo era reduzir as taxas de retenção. Mas o que é preciso é verificar se isso corresponde a uma situação real ou se o que acontece é que os chumbos são adiados para os últimos anos dos ciclos», disse à Lusa Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos dos Professores.

Preocupação com a taxa de retenção

Para Mário Nogueira, o ponto mais importante das estatísticas está neste aumento da taxa de retenção: «Não sei se os chumbos que normalmente ocorrem nos vários anos de cada ciclo não deixaram de existir e estão apenas a ser adiados».

«Foram tomadas pelo Ministério da Educação várias medidas no sentido de distorcer e manipular esta realidade. Em termos estatísticos os chumbos diminuíram, mas a realidade parece ser outra. Espero que o Ministério da Educação não esteja a fazer mais do que disfarçar o problema, sem o resolver», sublinhou.

Também a Confederação Nacional da Associações de Pais está preocupada com aumento das taxas de retenção. O vice-presidente da associação, António Amaral, disse à ussa que, apesar dos dados não serem novidade, considera que são preocupantes e que alguma coisa tem de ser feita para mudar a situação.

«Nós já tínhamos conhecimento de que a nível do 1º e do 2º ciclo os níveis de retenção eram preocupantes», disse António Amaral.

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