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Cancro: ensaios começam sem doentes do SNS

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Presidente da Fundação Champalimaud insiste na disponibilidade para colaborar com os hospitais públicos

A Fundação Champalimaud vai arrancar até ao final do ano com os primeiros ensaios clínicos na área do cancro, mas nenhum doente do Serviço Nacional de Saúde vai participar, disse a presidente da fundação.

No final de uma reunião do Conselho de Curadores da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza anunciou que vão começar dois ensaios clínicos, sublinhando que a área mais importante de atuação da fundação é a investigação e não o tratamento.

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Leonor Beleza explicou que a fundação tem serviços clínicos de cancro, porque isso é necessário para fazer investigação, mas que estes pagam-se a si próprios e que os recursos da fundação são apenas para fazer investigação.

No entanto, nenhuma instituição de saúde pública propôs doentes à Fundação Champalimaud para entrar nos ensaios clínicos, que se deverão iniciar dentro de dois meses, o que levou a presidente a manifestar abertura para colaborar com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

«Volto a dizer da nossa disponibilidade total para que, com os hospitais e Administrações Regionais de Saúde, possamos fazer em conjunto investigação clínica em doentes, nomeadamente pondo as nossas plataformas de investigação e meios laboratoriais à disposição, para podermos fazer mais do que qualquer um de nós sozinho pode fazer», afirmou.

Quanto à radioterapia com recurso ao acelerador linear (equipamento para radioterapia de dose única), Leonor Beleza afirma existirem já dezenas de doentes do SNS a utilizarem-no, embora sejam ainda uma minoria no universo total, que conta essencialmente com doentes vindos de subsistemas de saúde.

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Questionada sobre o número de doentes provenientes do SNS e dos subsistemas de saúde, a Fundação Champalimaud respondeu não ter esses números desagregados, apenas o total.

Até ao final de agosto de 2012, a fundação forneceu 3.358 consultas, 6.472 exames, 429 tratamentos em hospital de dia, 1.850 atos de enfermagem, 158 cirurgias e 160 internamentos.

A presidente da Fundação Champalimaud anunciou também o lançamento de uma plataforma conjunta com uma instituição científica internacional para fazer investigação em cancro e a criação de uma escola para formação de profissionais em radioterapia de dose única.

«A Fundação Champalimaud detém um conjunto de patentes que têm a ver com o diagnóstico precoce e a personalização do tratamento em situação de cancro que são a base da investigação e que vamos desenvolver com efeitos clínicos na área do cancro, numa plataforma conjunta com o Mount Sinai Hospital, de Nova Iorque», disse.

Segundo a responsável, esta colaboração cientifica tem como objetivo prosseguir a procura de tratamentos mais personalizados, adaptados a cada situação concreta e com menos efeitos secundários negativos.

Por outro lado, a presidente da fundação anunciou a montagem de uma escola para formar médicos e outros profissionais de saúde na utilização de aceleradores lineares, que permitem fazer tratamentos de radioterapia de dose única.

Este tratamento substitui o tratamento tradicional fracionado, por tratamentos de dose única, dados em muito menos tempo, com maior concentração e, do ponto de vista de incidência, com maior precisão, especificou.

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