Os agricultores continuam em luta. Desta vez, o protesto foi no Fundão e juntou dezenas de tractores, que percorreram as principais avenidas da cidade. As críticas centraram-se na especulação financeira, já que eles garantem vender os alimentos «cada vez mais baratos», mas o seu preço continua a subir, refere a Lusa.
«É preciso que as pessoas tenham consciência disto: os preços à produção estão a baixar, ou seja, os agricultores vendem os seus produtos cada vez mais baratos. Mas, na hora das pessoas os comprarem, estão sempre mais caros. Há aqui uma forte especulação financeira em que parece que ninguém tem coragem de mexer», afirmou João Diniz, dirigente da CNA.
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Francisco Lopes, agricultor da zona do Fundão, foi um dos participantes na concentração junto às instalações da zona agrária. Saiu à rua porque está «revoltado» com a forma como o sector é tratado. «Parece que estão sempre a arranjar maneira de piorar a nossa situação», referiu.
Meia centena de tractores em marcha lenta
Segundo Mesquita Milheiro, presidente da Associação Distrital de Agricultores de Castelo Branco, são cada vez mais as vozes de desespero de quem anda no sector: «O Governo tem dado um grande contributo para a situação actual».
Os agricultores reivindicam «o aumento do subsídio ao gasóleo agrícola», de 37,2 para 75 cêntimos. É também pedida a suspensão da nova taxa de utilização da água na agricultura e a reposição da ajuda à electricidade verde (reembolso na base de 40 por cento). A regulamentação de pagamentos à Segurança Social e as normas do Programa de Desenvolvimento Rural estão também no caderno de reivindicações.
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A CNA reclama uma reunião com o primeiro-ministro, José Sócrates e, segundo João Diniz, o primeiro-ministro já prometeu receber as associações representantes dos agricultores. «Mas continuamos à espera», concluiu.
Agricultores também saem à rua em Pombal
Em Pombal também foi dia de protesto. Dezenas de agricultores protestaram contra os sucessivos aumentos do gasóleo agrícola e outros factores de produção. A manifestação incluiu uma marcha lenta pela cidade até ao mercado e a entrega de um documento reivindicativo nos Paços do Concelho.
O presidente da Federação dos Agricultores do Distrito de Leiria (FADL), António Ferraria, afirmou que «nunca os agricultores tiveram tantas razões para se manifestar», explicando que «a situação da agricultura da região e do país atingiu uma situação de tal gravidade que não vai ser possível continuar a fazer agricultura nestas condições».
O dirigente recordou «a subida do preço do gasóleo agrícola, dos adubos, dos pesticidas, das rações, os custos da Segurança Social». «Esta situação está a tornar-se insustentável», garantiu António Ferraria, que pediu para o Governo «ter em conta os movimentos que os agricultores estão a fazer, não só em Pombal, como noutras partes do país».
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