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Segurança Social averigua estalo

Gaiato: Segurança Social abre inquérito à agressão do padre ao menor e admite recorrer aos tribunais. Pároco nega tudo. «O jornalista ia com o preconceito de acusar», diz. Acusações de Setúbal «são ilusão dos rapazes»

A Segurança Social vai «averiguar» o episódio da agressão a um menor por parte do responsável máximo da Casa do Gaiato, padre Acílio Fernandes, durante uma entrevista à agência Lusa e admite mesmo «recorrer aos tribunais».

Quem o diz ao PortugalDiário é o presidente da Segurança Social, Edmundo Martinho. «Trata-se de uma atitude completamente lamentável e desajustada, a revelar mais uma vez que é preciso olhar para Casa do Gaiato com uma atitude menos tolerante». Se necessário for, acrescenta, «pediremos a intervenção do tribunal».

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Anteriormente contactado pelo PortugalDiário, o padre Acílio Fernandes foi categórico: «Não agredi o menino, apenas o afastei e antes já o tinha beijado e pegado nele ao colo. O que se passa é que o jornalista, tal como o Ministério Público, já vai com o preconceito de acusar». O pároco admitiu, por outro lado, que «não ficaria espantado» se a sua conduta também originasse um processo crime. «Já nada me espanta», concluiu.

«Agressões são fruto da ilusão dos rapazes»

O director da casa do Gaiato de Setúbal, padre Júlio Pereira, acusado por quatro crimes de maus tratos a menores, vai continuar à frente da instituição porque goza «da total confiança» do responsável máximo das Casas do Gaiato, Acílio Fernandes.

«Temos toda a confiança no senhor padre Júlio. Não temos é confiança no Ministério Público», referiu Acílio Fernandes em declarações ao PortugalDiário, sublinhando que a acusação «é fruto da ilusão dos rapazes». «O que saiu para a rua é a vergonha do Ministério Público», sublinhou.

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Casas do Gaiato interditas a novos menores desde 2004

«Há dois anos que nenhuma criança é admitida na Casa do Gaiato, até que a instituição seja avaliada por um conselho sócio-pedagógico» que altere procedimentos dentro da instituição, referiu em declarações ao PortugalDiário o presidente da Segurança Social, Edmundo Martinho.

A decisão de não admitir mais menores nas Casas do Gaiato foi tomada na sequência de uma auditoria da Segurança Social que apontou falhas graves no funcionamento da instituição, designadamente maus tratos físicos e psicológicos aos menores.

O resultado da auditoria levou à criação de uma comissão de acompanhamento para a Casa do Gaiato, presidida pelo juiz Armando Leandro, e que integra membros da segurança social e da igreja, incluindo padre Acílio. A comissão nasceu no início de 2005 e criou um conselho pedagógico e social na Casa do Gaiato de Setúbal «que irá fazer a caracterização integral dos menores e propor novos métodos educativos», explicou Edmundo Martinho.

Mas a acusação no processo de Setúbal e o episódio da agressão durante uma entrevista «obrigam a Segurança Social a tomar uma atitude menos tolerante e se calhar mais musculada». Em termos práticos, «ou a hierarquia da igreja toma uma atitude mais firme» impedido estas situações, ou então a Segurança Social será forçada a intervir, nomeadamente, afastando da comissão de acompanhamento da Casa do Gaiato o padre Acílio Fernandes.

Contactado pelo PortugalDiário, o presidente da comissão de acompanhamento da obra de Setúbal, que também preside à Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo referiu que o padre Júlio Pereira deve continuar à frente da Casa do Gaiato de Setúbal porque «se presume inocente» até à condenação por um tribunal.

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