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Aumento do crime poderá estar ligado a suicídio de agentes

Especialista faz a ligação, enquanto associações de profissionais queixam-se de falta de meios

Pode haver uma ligação entre o aumento da criminalidade e os vários suicídios que se registaram nos últimos dias entre elementos das forças de segurança. Essa hipótese é avançada por uma especialista em suicidologia, mas também pelas associações dos profissionais da GNR.

Refira-se que nos últimos dias foram noticiados quatro suicídios entre militares da Guarda Nacional Republicana e de um agente da Polícia de Segurança Pública, em vários pontos do país.

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Em declarações à Agência Lusa, Maria Manuel Correia, da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, afirmou que «é possível» que a onda de criminalidade possa estar relacionada com «o pico de suicídios» em elementos das forças de segurança, considerando ser «mais um factor» entre os agentes que estão «mais fragilizados».

«É mais um factor, porque obviamente que isto (crimes) causa uma tensão grande em pessoas cuja função é a preservação física dos cidadãos e a manutenção da ordem pública», sublinhou, adiantando que «as pessoas que estão em sofrimento psicológico ficam mais vulneráveis».

«Estes profissionais, pelo método que têm à mão, são de maior risco. É só ir ao bolso e tirar a arma. É fácil, o método está acessível», afirmou, realçando que «não é o stress da actividade em si nem a arma que precipita o suicídio», mas «sim o conjunto desses factores», aliado ao facto de ser uma pessoa com um problemática depressiva ou em sofrimento psicológico.

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«A GNR e a PSP adoptaram medidas extremamente importantes, só que de vez em quando há 'picos'", sublinhou. A PSP tem um Gabinete de Psicologia desde 2001, em Belas, e a GNR também tem desde Outubro do ano passado uma linha verde para prevenir suicídios.

Falta de meios

As associações dos profissionais da GNR já reagiram aos recentes suicídios naquela força de segurança e relacionaram-os com a falta de condições de trabalho.

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) considera o Plano de Prevenção de Suicídios «completamente ineficaz» e que «apenas serve para esconder as verdadeiras razões que estão na origem deste fenómeno». As verdadeiras causas dos suicídios são «as deficitárias condições de serviço, as cargas horárias, a vida em caserna, a estrutura desumanizada da instituição e a ausência de uma política de medicina preventiva», além de «uma assistência na doença cada vez mais degradada».

Por sua vez, a Associação Sócio-Profissional da Guarda Nacional Republicana (ASPIG) alega que o combate à criminalidade se faz «à custa dum sacrifício suplementar dos militares empenhados». Considera também que «não foram tomadas, em tempo útil, medidas elementares no que concerne à preparação dos militares da Guarda e aos meios materiais capazes a enfrentar a realidade criminal que hoje se vive em Portugal».

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