O Ministério da Administração Interna decidiu criar um grupo de trabalho para rever o plano de prevenção do suicídio nas forças de segurança. Este ano, já se suicidaram-se sete agentes da PSP e cinco militares da GNR.
O MAI adianta em comunicado que, “atento às ocorrências de suicídio nas forças de segurança durante o ano de 2015”, o ministro da Administração Interna, Calvão da Silva, manteve reuniões de trabalho com o comandante-geral da GNR e o diretor nacional da PSP, tendo sido determinada a revisão do plano de prevenção do suicídio nas forças de segurança
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O grupo de trabalho é constituído por um representante do Ministério da Administração Interna, que coordena, outro representante da PSP e outro da GNR.
"A revisão tem como principais objetivos a adequação do plano ao contexto atual e o reforço das políticas ativas de prevenção das práticas suicidas”
“Foi importante”, mas atualmente “percebe-se que não está a funcionar totalmente”, tendo em conta o número de elementos policiais que já se suicidaram este ano, argumentou.
O presidente da ASPP defendeu também uma presença maior do gabinete de psicologia nos comandos da PSP, para que seja feito um trabalho de proximidade, além da necessidade de revisão da metodologia de gestão dos recursos humanos, nomeadamente nos casos em que os polícias são colocados a trabalhar longe de casa e da família.
"É obrigação sinalizar"Presente na reunião, o presidente do Sindicato Unificado da Polícia (SUP), Peixoto Rodrigues, disse à Lusa que o diretor nacional anunciou um reforço do gabinete de psicologia através da contratação de mais psicólogos a distribuir pelos comandos da PSP.
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Peixoto Rodrigues adiantou que Luís Farinha apelou também para que todos os polícias estejam atentos aos comportamentos dos colegas e, em caso de suspeitas, tenham a capacidade de os sinalizar e encaminhar.
Na quinta-feira, o diretor nacional da PSP enviou uma mensagem interna a todos os polícias, na qual sublinhava que “a Polícia de Segurança Pública foi fustigada, nos últimos dias, por vários suicídios de elementos policiais”.
Dando conta dos vários meios e mecanismos existentes e acessíveis a todos os polícias, Luís Farinha lamenta, porque, “infelizmente, continuam a ocorrer suicídios” entre os elementos da PSP.
Na mensagem, o diretor nacional anuncia que já determinou “a revisão dos mecanismos de prevenção existentes, o reforço da disponibilização de apoio psicológico e das ações de prevenção e de formação neste domínio”, além de apelar a todos os polícias para que realizem um “trabalho de prevenção e de referenciação de potenciais riscos”.
“Temos de ultrapassar este estereótipo e olhar uns pelos outros, sendo nossa obrigação sinalizar quem possa estar a viver dificuldades e a enfrentar problemas pessoais complicados, e promover o seu apoio e ajuda”
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