Um centro de formação e ensino para dar a conhecer os valores maçónicos deverá ser inaugurado até ao final do ano, em Lisboa, pelo Grande Oriente Lusitano (GOL), disse o líder da maior obediência maçónica portuguesa, noticia a Lusa.
O Instituto Português de Estudos Maçónicos, que pretende ser uma organização «aberta à sociedade», deverá funcionar no bairro da Graça, num edifício propriedade do GOL, precisou à agência o grão-mestre Fernando Lima na primeira entrevista que concedeu após a sua eleição para o cargo, em Junho passado.
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«Vai ser uma escola de valores e de princípios que é necessário aprofundar» e vai promover cursos, publicações e conferências, acrescentou o advogado e gestor empossado como figura máxima do GOL, obediência com cerca de 2.000 membros distribuídos por cerca de 90 lojas (estruturas autónomas) em todo o país.
«O Instituto dará um conhecimento mais pedagógico à sociedade do que é a maçonaria», afirmou.
Fernando Lima disse que este tipo de instituição é comum em organizações maçónicas da França, Bélgica ou Estados Unidos e negou que seja uma espécie de «escola de recrutamento» de novos maçons, mas um centro de estudos virado para o exterior.
O grão-mestre contesta, aliás, como é comum nos dirigentes maçónicos, que o GOL dirija uma organização secreta.
«O nosso segredo não é mais do que aquele que qualquer um de nós tem com a família», sustenta Fernando Lima, que dá como exemplo para contrariar a ideia o facto da biblioteca do Congresso dos Estados Unidos ter 200 mil livros sobre maçonaria.
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«Segredo é a absorção dos nossos princípios por cada um de nós», acrescentou.
Garante, contudo, que o GOL «não é uma instituição de massas». «Interessa-nos a qualidade», confessa, recusando que intervenha como uma colectividade na sociedade.
«A maçonaria não propõe verdade nenhuma e não é uma colectividade. A nossa pedra de toque é a liberdade de consciência», afirma.
Daí que, saliente, não seja tolerada por «quem tem tendências totalitárias» e «proibida nos regimes ditatoriais».
Acerca do objectivo de criar uma fundação para gerir o património imobiliário do GOL, um dos grandes objectivos do seu antecessor, o grão-mestre disse que vai continuar como projecto, mas atendendo à «actual situação política e económica» considera não ser concretizável nos próximos tempos.
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