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Médicos acusam Otorrino de Santa Maria de "compadrio político"

Sindicato dos Médicos da Zona Sul diz haver “mecanismos clientelares” na unidade de saúde. Em causa, está a nomeação do diretor do serviço de Otorrinolaringologia

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul acusou em comunicado o serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria de viver uma situação escandalosa de “mecanismos clientelares” e de “compadrio político”.

A estrutura sindical explica que foi nomeado um diretor com menos formação técnica do que outros oito médicos do mesmo serviço. Apresenta várias situações que considera ilegais e exemplos de como “os mecanismos clientelares” e o “comissariado político” se sobrepõem “ao respeito pela diferenciação técnico-científica da profissão médica” e à progressão na carreira médica.

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O novo diretor, denuncia o sindicato, estava há cerca de um ano fora do Hospital de Santa Maria em regime de licença sem vencimento e foi “repentinamente integrado no serviço na véspera de ser nomeado”.

Vendeu equipamentos ao Hospital

De acordo com o sindicato, o médico, enquanto esteve fora, também foi contratado para as equipas de urgência do Otorrino e para fazer no Hospital uma consulta semanal.

Fez também em Santa Maria um curso para uma empresa privada fabricante de equipamento médico para estudo da vertigem e depois vendeu ao Hospital equipamento para o estudo da vertigem, explica-se no comunicado.

Segundo o sindicato, apesar de haver no serviço um médico de topo de carreira, “o único professor catedrático” da especialidade no país, a administração do Hospital de Santa Maria nomeou o atual diretor numa “pura atitude de prepotência e de ilegalidade”.

A estrutura sindical diz ainda no comunicado, que o serviço de Otorrinolaringologia vive situações de doentes que passam à frente de outros nas listas de espera, casos anómalos de escalas para o bloco operatório ou “práticas de discriminação ostensiva na formação dos médicos internos, a que se juntam frequentes ameaças de processos disciplinares pelas circunstâncias mais ridículas”.

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Não é possível tolerar que serviços públicos de saúde sejam geridos desta forma impune e como se tratassem de feudos de grupos políticos e de parceiros económicos”, afirma-se no comunicado.

Centro Hospitalar fala de nornalidade

O Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), contatado pela agência Lusa, recusou comentar diretamente as acusações do sindicato. Lembrou, contudo, que a justiça lhe deu razão numa providência cautelar a propósito da matéria.

O Centro Hospitalar remeteu mais considerações para um comunicado no qual é dito que são as acusações que geram instabilidade em Santa Maria e colocam em causa o funcionamento e capacidade formativa do serviço.

No comunicado assinado por uma dúzia de chefias do CHLN nega-se que haja um clima de medo ou um mau clima entre os profissionais e no serviço de Otorrinolaringologia.

Os profissionais dizem que a prestação de cuidados de saúde “decorre dentro da normalidade” no serviço de otorrinolaringologia e no CHLN.

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