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Falsa médica ligava para doentes a dizer que tinham cancro

Hospital de São João denuncia caso que está a chocar a comunidade. Mulher ainda não foi identificada

É uma falsa médica que liga a mulheres com cerca de 30 anos dizendo-lhes que têm cancro do útero ou da mama. No limite, pede-lhes que façam exames de palpação ao peito e genitais. É tudo mentira, segundo denuncia o Conselho de Administração do Hospital de São João, no Porto.

«Quando chegam aos hospital chegam revoltadíssimas. Isto é humilhar as pessoas», realçou o presidente António Ferreira à agência Lusa, acrescentando ser «impensável» que o responsável por esta situação seja algum funcionário daquela instituição. O acto é considerado «criminoso» é «não pode sequer ser encarado como uma brincadeira de mau gosto».

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Carla Oliveira, responsável adjunta do Gabinete do Utente que tem acompanhado as vítimas, explica que a falsa médica tem «uma estratégia estudada» já que conhece «algum do historial» clínico das mulheres alvo dos telefonemas. A falsa médica «identifica-se, assusta a vítima dizendo que tem uma neoplasia (cancro) e revela pormenores da mesma para que acreditem», acrescenta.

A situação não é nova, com episódios que remontam a 2008, mas a falsa médica voltou a actuar na passada semana, levando o hospital a procurar alertar o público para que alguém, se contactado pela falsária, perceba «que está a ser objecto de fraude e contacte imediatamente o hospital para activar as autoridades», salientou o responsável.

O modo de actuação passa por telefonar às vítimas (todas mulheres com idades a rondar os 30 anos) dizendo trabalhar no Centro de Oncologia daquele hospital (que não tem essa designação mas a de Hospital de Dia de Oncologia Médica) e ter tido acesso a determinados exames que indicam possibilidade de cancro de útero ou de mama.

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Às mulheres é ainda pedido, durante a chamada telefónica, que façam exames de palpação ao peito e genitais, que recolham uma amostra de urina para um frasco e que guardem a roupa interior a fim de a entregarem, no dia seguinte, numa consulta agendada no Hospital de São João durante a qual serão sujeitas a uma intervenção cirúrgica.

Até ao momento, as sete vítimas identificadas (outras há que preferiram não apresentar denúncia formal), são todas da região do Grande Porto ou Norte (Braga e Ponte de Lima), nenhuma é doente do Hospital de São João, nenhuma tem patologia oncológica confirmada ou sequer um problema ligado à oncologia.

As chamadas são sempre feitas à noite, para um número de telemóvel e aparecem identificadas, sendo que o número de origem deixa de estar disponível nos dias seguintes. Pelo menos numa situação a vítima acedeu fazer uma vídeo chamada. Três das vítimas eram dadoras de sangue; uma informação utilizada pela falsa médica durante as chamadas.

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