Portugal é o segundo país do mundo que melhor acolhe e integra os imigrantes, segundo o novo Índex de Políticas de Integração de Migrantes (MIPEX), mantendo a posição que já tinha conquistado em 2011, apenas atrás da Suécia.
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Ao contrário de países como o Reino Unido ou a Holanda, que caíram no ranking (para fora do top 10) e onde a integração está a tornar-se mais difícil, Portugal manteve-se no pódio em 2015, e só está em segundo lugar na contabilização que inclui a saúde, sendo primeiro na geral.
Já na contabilização que não inclui a educação, Portugal é primeiro desde 2009.
Em terceiro lugar surge a Nova Zelândia, enquanto a maior subida pertence à Dinamarca e o último lugar à Turquia.
A queda de alguns países, como o Reino Unido, está relacionada com o desemprego, a crise europeia e o aumento da popularidade de partidos de extrema-direita. Este último ponto beneficiou Portugal, com o Índex a destacar que os partidos extremos não conseguem pontos relevantes (nem tão pouco preocupantes) nas eleições.
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Os investigadores têm em conta as várias “barreiras” enfrentadas pelos imigrantes como o desemprego, a educação, a saúde, a participação política, dificuldades em conseguir residência, conseguir nacionalidade, reunião com as famílias e esforços contra a discriminação.
O ranking, que diz respeito a dados de 2014, atribui um máximo de 100 pontos e compara todos os membros da UE, Austrália, Canadá, Islândia, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Coreia do Sul, Suíça, Turquia e Estados Unidos, numa escala que vai desde “criticamente pouco favorável” [à integração dos imigrantes] (-20 pontos) até “favorável” (+80 pontos).
Mobilidade no mercado de trabalho | 91 |
Reunião familiar | 88 |
Educação | 62 |
Saúde | 43 |
Participação Política | 74 |
Residência permanente | 68 |
Acesso à nacionalidade | 86 |
Anti-discriminação | 88 |
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Total | 80 |
Total (com categoria da Saúde) | 75 |
Os investigadores destacam que os imigrantes residentes em Portugal beneficiam do número dois mundial em termos de integração, à frente dos países nórdicos e líder no que toca a novos destinos. Salientam as políticas adotadas desde 2006, que facilitaram reuniões familiares entre imigrantes de países de fora da UE e a aquisição de nacionalidade portuguesa, mesmo com a crise no seu auge. Também as estruturas de apoio ao imigrante (CNAI/CLAI) e o programa “Escolhas” são elogiadas.
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No que toca à saúde, o elemento menos pontuado de Portugal, são apontados, principalmente problemas de acesso aos cuidados por parte de migrantes de fora da UE, especialmente os ilegais e refugiados, por falta de documentação ou dinheiro. Enquanto os cidadãos de países da UE e os de outros países com visto de residência (desde que estejam há 90 dias em Portugal) têm facilidade de acesso aos mesmos cuidados que os portugueses, os restantes só conseguem aceder a cuidados em casos de risco de vida.
A lista chega numa altura em que a imigração para a Europa é um dos assuntos polémicos no velho continente, em especial na União Europeia, que tem tentado arranjar uma solução para o problema dos milhares de migrantes que todos os dias atravessam o Mediterrâneo.
Os líderes da UE concordaram em distribuir cerca de 40 mil migrantes que chegaram à Itália e Grécia pelos Estados membros, ainda que esse número não esteja perto do recorde de migrantes ilegais que, só em 2015, entraram na Europa.
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