Já fez LIKE no TVI Notícias?

SEF com dificuldade em desmantelar redes

Relacionados

Comunidades brasileira e chinesa são as mais complicadas para as autoridades

A ausência de organização em rede de comunidades de imigrantes ilegais, nomeadamente de origem brasileira e chinesa, está a impedir o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de desmantelar eventuais estruturas suspeitas no Algarve, disse hoje o director regional do organismo.

A comunidade de imigrantes brasileiros, a que tem mais peso no Algarve e provavelmente a maior em Portugal, não possui estruturas organizadas que possam conduzir à sua identificação, à semelhança do que acontece mais amiúde com as redes de ilegais de países de Leste, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

PUB

«A ausência de organização em rede acaba por ser inimiga da resolução dos problemas», declarou hoje à Agência Lusa o director regional do SEF no Algarve, José Van Der Kellen, que ressalva as diferenças entre a comunidade brasileira e a do Leste europeu.

SEF apreende contratos de trabalho falsos

Algarve: 151 anos para 11 criminosos

Apesar de os cidadãos brasileiros serem aqueles que em maior número são detectados em situação irregular no Algarve, não tem sido tarefa fácil para as autoridades desmantelar alegadas redes.

Só em 2007 os cidadãos brasileiros a residir no Algarve e notificados para abandonar o país foram 1.036, um número muito mais elevado que qualquer outra comunidade imigrante, tendo sido expulsos mais de 100.

«A comunidade brasileira não tem a mesma estrutura e evolui de forma diferente em território nacional», afirma Van Der Kellen, sublinhando que o «grande erro» das comunidades de Leste foi o de transportar para Portugal as estruturas de «peso», sendo mais fácil a detecção das hierarquias e de arranjar provas para levar a tribunal.

PUB

Durante o ano que passou, foram levados aos tribunais da região, pelo menos, dois casos de redes de auxílio à imigração ilegal a operar no Algarve envolvendo cidadãos da Europa de Leste e que resultaram em penas muito pesadas, nomeadamente pena máxima (25 anos).

«Nem sempre é fácil desmantelar formas associadas com prova em tribunal», afirma o director regional do SEF, acrescentando que a associação criminosa é «extremamente difícil» de provar.

Outra fatia dos cidadãos imigrantes com presença no Algarve, apesar de pouco significativa, é a comunidade chinesa, que, segundo Van Der Kellen, é «bastante fechada» e «difícil de retirar informação» que possa conduzir ao desmantelamento de eventuais redes.

Um fenómeno característico das comunidades imigrantes no Algarve é a sazonalidade da imigração, levando estrangeiros que estão noutros pontos do país durante o ano a procurar a região para trabalhar exclusivamente na época de Verão.

Outra situação registada no Algarve é a imigração transfronteiriça, que acontece quando empresas nacionais de construção civil se deslocam para Espanha para realizar determinadas obras e levam consigo imigrantes que trabalham lá durante a semana e regressam aos fins-de-semana para a família.

No Algarve existem cerca de 90 mil residentes estrangeiros legalizados, tendo sido verificado um acréscimo significativo (cerca de 15 mil novos imigrantes) em 2007, resultante do reagrupamento familiar.

Há, contudo, neste momento cerca de 2.500 pessoas na região com situação irregular, indicou Van Der Kellen à Agência Lusa.

PUB

Relacionados

Últimas