A ONU apresentou na segunda-feira o aviso mais severo de sempre da comunidade científica mundial sobre os efeitos das emissões de gases de estufa e consequentes alterações climáticas.
O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) aponta o Mediterrâneo, incluindo Portugal, como uma das regiões mais vulneráveis do mundo às alterações climáticas.
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A região do Mediterrâneo, que enfrenta atualmente incêndios sem precedentes na Grécia e na Turquia, terá ondas de calor, secas e fogos florestais ainda piores com impacto na agricultura, na pesca e turismo.
A situação de Portugal é agravada pela exposição a eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor conjugadas com secas associadas a condições de enorme redução da humidade e à subida do nível do mar (fatores que causam potenciais cheias e galgamentos costeiros)", alerta a associação ZERO.
De forma mais específica, a ZERO detalha que, em Portugal, as alterações climáticas "deverão ser cada vez mais uma prioridade nacional", pois a região Mediterrânica (e sua interseção com o Atlântico) apresenta-se como um hotspot, ou seja, uma zona geográfica de maior vulnerabilidade aos efeitos adversos das alterações climáticas.
Entre esses efeitos, estão em causa vulnerabilidades:
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Entre os dados avaliados pela ZERO, num dos cenários socioeconómicos mais críticos em termos de emissões, em Beja, com um aumento global de temperatura de 1,5°C, a temperatura no verão aumentará 2,2ºC; num cenário de aumento de 2,0°C, o aumento será de 3,0°C; e num caso de um aumento global de 3,0 ou 4,0 graus Celsius, o aumento da temperatura será de 4,4°C e 5,6° respetivamente.
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Isto é, a temperatura no verão subirá sempre e bem acima do eventual aumento global", explica a associação.
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O estudo da principal organização que estuda as alterações climáticas, elaborado por 234 autores de 66 países, foi o primeiro a ser revisto e aprovado por videoconferência.
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