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Fogo de Pedrógão Grande pode ter feito mais do que os 64 mortos

Lista de vítimas já identificadas só contabiliza os que morreram queimados ou por inalação de fumos. Exclui as vítimas indiretas dos incêndios

A tragédia de Pedrógão Grande poderá ter feito mais do que os 64 mortos oficialmente conhecidos. De acordo com o jornal Expresso, que este sábado avança a notícia e divulga nomes e idades de todas as vítimas, a lista conhecida só inclui as vítimas diretas, que morreram na sequência de queimaduras ou por inalação de fumo.

A lista exclui vítimas indiretas. A título de exemplo, o Expresso revela o caso de Alzira Costa, uma viúva que vivia sozinha na Senhora da Piedade e que morreu atropelada quando fugia do fogo.

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Fugiu para ir ter com as vizinhas. Levava uma lanterna, o telemóvel e o dinheiro que tinha em casa e foi encontrada na estrada, com a cabeça e o braço partidos”, conta a filha Laura, em declarações ao semanário.

O condutor suspeito de atropelar Alzira já terá sido identificado. A família já constituiu advogado para acompanhar a situação e diz que não foi ainda contactada pelas autoridades.

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Os nomes agora divulgados pelo Expresso integram o processo-crime que investiga as circunstâncias em que decorreram as operações de combate ao fogo e resgate às vítimas para apurar possíveis responsabilidades criminais. Por isso, a tanto a Polícia Judiciária como a Procuradoria Geral da República recusam divulgar oficialmente os nomes das 64 vítimas mortais de Pedrógão Grande, que este sábado são divulgados pelo jornal, alegando que o processo está em segredo de justiça.

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As dúvidas sobre a metodologia para contabilizar as vítimas fazem com que circulem nas aldeias afetadas várias listas, com totais distintos e que em alguns casos chegam aos 100 mortos. Contudo, de acordo com o Expresso, que teve acesso a várias dessas listas, há nomes repetidos, vítimas identificadas com apelidos diferentes e até mesmo pessoas dadas como mortas e que afinal estão vivas.

O Ministério da Justiça assegura que “não há mortos por identificar, nem desaparecidos” e que “nunca houve uma lista oficial de desaparecidos, porque não houve nenhuma comunicação oficial de ‘desaparecido’, embora possa ter havido momentos em que alguém procurava alguém, depois localizado”.

O Expresso conta, porém, o caso de um jovem alemão que saiu da zona sem avisar a família da Alemanha, que, entretanto, alertou a embaixada para o eventual desaparecimento do rapaz. Nada chegou a ser oficializado, mas durante um mês nada se soube do jovem, até o telemóvel que transportava ter dado sinal perto da fronteira com Espanha.

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