Paulo Pedroso adiantou, à saída do Palácio da Justiça, onde ficou a saber a sentença da acção interposta contra o Estado, estar contente com a decisão, informa a Lusa.
Estado vai ter de indemnizar Paulo Pedroso
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«Este foi um passo decisivo numa batalha que travei de há quatro anos e meio a esta parte. Foi um processo que me provocou muitíssimo sofrimento», disse. No entender do ex-deputado socialista, a sentença anunciada esta terça-feira é um passo «no sentido de reforçar uma confiança na justiça do Portugal democrático».
Paulo Pedroso considerou ser muito importante que o «Estado se distancie das más práticas de alguns agentes e que seja capaz de reconhecer quando há erros grosseiros de alguns dos seus agentes».
Advogado das vítimas espera recurso
«Para mim o que é essencial é que devemos estar mais confiantes, pois quer seja uma pessoa conhecida ou o mais anónimo dos cidadãos quando há arbitrariedade e ilegalidade o Estado de direito corrige dentro do que é possível», disse.
Marcas do processo difíceis de sarar
Questionado sobre se este é o ponto final para um período negro da sua vida, Paulo Pedroso afirmou ter consciência de que uma «difamação tão profunda deixa marcas indeléveis».
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No que diz respeito ao futuro, Paulo Pedroso diz que apenas tenciona prosseguir com a sua vida com a normalidade possível e reflectir sobre este processo: «É preciso reflectir sobre como foi possível este linchamento público e sobre o que vale a pena».
Paulo Pedroso disse ainda acreditar que fez tudo o que era possível para que a verdade fosse conhecida. «Este processo mudou para sempre a minha vida. Se tiver que sair algo disto tudo que seja para que mais ninguém em Portugal possa ser humilhado como eu fui», frisou.
O ex-dirigente socialista fez ainda um apelo a todos, incluindo há comunicação social, para que «façam uma reflexão profunda». «Não há motivo para comemoração para esta decisão. Há apenas a demonstração de que a instituição sagrada que é a Justiça funcionou», concluiu.
Ministério Justiça remete para MP decisão sobre recurso
O Ministério da Justiça remeteu para o Ministério Público a decisão de recorrer da sentença que condenou o Estado ao pagamento de uma indemnização a Paulo Pedroso.
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Questionado pela Lusa, o Ministério da Justiça referiu que «a representação do Estado neste tipo de processos cabe ao Ministério Público», não concretizando se vai pedir ao MP que recorra da decisão do tribunal cível.
«Por princípio, o Ministério da Justiça não comenta decisões dos tribunais», acrescentou o gabinete de imprensa.
A Lusa contactou ainda a Associação Sindical dos Juízes Portugueses e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que se recusaram a comentar a decisão.
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