Já fez LIKE no TVI Notícias?

Covid-19: incidência com "tendência de estabilização ou descida" na AM Lisboa e Algarve

Mortalidade em Portugal está acima do limiar definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)

A incidência em Portugal continua numa "curva crescente", superior a 400 casos por 100.000 habitantes, mas na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve revela já uma "tendência de estabilização ou descida", anunciou André Peralta Ramos, da Direção-Geral da Saúde, na reunião desta terça-feira do Infarmed, de balanço da situação epidemiológica em Portugal.

Apesar da incidência continuar a aumentar, a tendência é "ligeiramente crescente a estável", podendo o pico da quarta onda ter sido já atingido, uma confirmação que acontecerá com a análise dos valores dos próximos dias.

PUB

O Algarve e a região de Lisboa e Vale do Tejo estão já em pico de incidência ou descida, que terá de ser confirmada esta semana", indicou.

Os focos de maior incidência continuam a ser as áreas metropolitanas de Lisboa (AML) e Porto (AMP) e também o Algarve, sendo que na AML há já "alguns concelhos e algumas freguesias com tendência de incidência de diminuição".

Na AMP ainda há zonas com crescimento, que começou o seu processo de aumento de incidência depois de Lisboa", justificou.

Mortalidade acima do limiar do ECDC

Quanto à incidência por idade, a maioria verifica-se nos adultos jovens, entre os 20 e os 40 anos, "mas mesmo nas faixas mais vulneráveis, nos mais de 80 anos, há um aumento da incidência, atenuado pela vacinação".

A DGS confirmou, igualmente, uma "tendência crescente" nas hospitalizações, com as unidades de cuidados intensivos "a 78% da sua capacidade"

PUB

Nas UCI a maior ocupação é na faixa dos 40 aos 59 anos, enquanto em enfermaria a ocupação é maior entre os 20 e os 79 anos.

Já a mortalidade está acima do limiar definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), ainda assim atenuada pela vacinação.

A mortalidade, também com tendência crescente, mas muito diferente do que já foi e muito atenuada pela vacinação, está acima do limiar do ECDC de dez mortos por milhão de habitantes", à custa das regiões de Lisboa e do Algarve, apontou André Peralta Ramos.

Foram, ainda, realizados 480 mil testes entre 19 e 25 de julho, com maior destaque para as regiões de Lisboa e do Algarve, que resultaram em "5,2% de positividade".

Atualização do limiar de incidência para 480 casos

A investigadora Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa, propôs hoje a atualização do limiar de incidência na avaliação de risco da covid-19 para 480 casos por 100 mil habitantes.

PUB

A especialista apontou ainda para a definição de um limite de ocupação em unidades de cuidados intensivos (UCI) de 255 camas, durante a sua intervenção na reunião no Infarmed.

Estamos em condições de atualizar o limiar de incidência para 480 casos por 100 mil habitantes (atualmente 240 por 100 mil), que se poderá traduzir numa ocupação de 255 camas” em UCI, defendeu, acrescentando que nesta fase de transição é necessário continuar a “caracterizar a situação nas suas várias dimensões” (probabilidade de infeção e doença grave) e “identificar alterações das características da epidemiologia da doença”, ou seja, novas variantes.

Paralelamente, Andreia Leite apresentou uma proposta de alterações da avaliação do risco assente em manter “os indicadores de transmissão, atualizar os limiares de incidência e de internamentos em UCI (com revisão periódica), incluir indicadores de gravidade clínica e de impacto na mortalidade e considerar a cobertura vacinal como indicador do planeamento de desconfinamento e não de definição de controlo da epidemia”.

PUB

Últimas