Já fez LIKE no TVI Notícias?

Banco Alimentar volta à rua, agora com os «quase pobres»

Relacionados

Campanha de recolha de alimentos num supermercado perto de si; são já 337 mil as pessoas apoiadas

O Banco Alimentar sai para a rua este fim de semana, em supermercados por todo o país. O que der irá ajudar mais de 337 mil pessoas. E o número não para de crescer. Por causa da crise, pois. Isabel Jonet, que há cinco anos começou a alertar para os novos pobres, fala agora de uma outra categoria de necessitados. Quase pobres. «Chamo-lhes quase pobres. São pessoas que têm rendimentos e por isso não recebem os apoios e os benefícios que os pobres recebem», diz a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares ao TVI24. Exemplos. «Uma pessoa que receba 700 euros e tenha compromissos com créditos de 400. Como recebe aquele salário não consegue ter os descontos sociais, passes mais baratos e essas coisas, que recebem pessoas sem esses rendimentos. São mais pobres que os pobres», analisa: «Uma mulher que recebe 400 e tal euros de rendimento social de inserção e que esteja a divorciar-se tem direito a um advogado oficioso. Uma que receba 700, esteja a divorciar-se e tenha um crédito que foi contraído quando tinha outras condições tem que pagar um advogado.» «Estas pessoas estão aflitas. Temos hoje em dia situações terríveis», conta Isabel Jonet. Parte do dia a dia das pessoas que estão no Banco Alimentar é passado a ouvi-las. «Tenho três pessoas em permanência, só em Lisboa, a ouvir essas pessoas, que muitas vezes só querem desabafar.» O apoio direto é feito depois pelas instituições que recebem os mantimentos recolhidos pelo Banco Alimentar, são essas instituições que fazem o escrutínio e distribuem a ajuda.» O primeiro Banco Alimentar foi criado em 1992 e o número de pessoas apoiadas e alimentos recolhidos ou recuperados tem crescido sempre. Sobretudo nos últimos anos, quando ganhou maior visibilidade, e apesar da crise. 2008 é o ano que tem sido definido como referência para o início da crise, ainda que Isabel Jonet já falasse nos tais novos pobres em 2007. Se contarmos então os últimos cinco anos, todos os números sobem. Excepção, curiosamente, para os quilos de alimentos recolhidos precisamente em 2008, que sofreram uma ligeira baixa. Pode concluir-se que há mais solidariedade, mas, como nota Isabel Jonet, o facto é que a capacidade de chegar às pessoas também cresceu: «Hoje também há mais bancos, há mais voluntários. Temos sempre mais voluntários, mais pessoas, tem sido extraordinário.» A campanha nos supermercados é a face mais notória do Banco Alimentar, mas representa apenas 19 por cento da sua atividade, que inclui ainda a recolha de mantimentos oferecidos por empresas ou produtores e várias outras iniciativas, como a campanha online «Alimente esta ideia» ou a campanha «Papel por alimentos». São 611 os voluntários assíduos. E nisto não se avista no horizonte o dia em que o Banco Alimentar comece a ser menos preciso. Era bom sinal. Isabel Jonet: «O que mais gostaria é que não existissem Bancos Alimentares: seria sinal que não existiam pessoas com carências e que a questão do desperdício alimentar estava também ultrapassada. Não prevejo infelizmente que esse dia esteja para breve.»Os números do Banco Alimentar em cinco anos2007 233.186 pessoas assistidas 1535 instituições apoiadas 19.918.772,31 quilos recolhidos 16.860 voluntários 993 lojas na campanha2008 250.971 pessoas assistidas 1528 instituições apoiadas 17.339.225,66 quilos recolhidos 17.950 voluntários 1216 lojas na campanha 2009 272.025 pessoas assistidas 1685 instituições apoiadas 23.086.086, 03 quilos recolhidos 23.260 voluntários 1388 lojas na campanha2010 319.231 pessoas assistidas 1936 instituições apoiadas 26.566.952,60 quilos recolhidos 28.106 voluntários 1560 lojas na campanha2011 329.176 pessoas assistidas 2047 instituições apoiadas 30.251.978,31 quilos recolhidos 31.910 voluntários 1655 lojas na campanha2012 (Abril) 337.694 pessoas assistidas 2116 instituições apoiadas 37.500 voluntários

PUB

PUB

Relacionados

Últimas