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Camarate: que diferença pode fazer a décima comissão de inquérito?

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Arrancam hoje os trabalhos dos deputados depois das duas últimas comissões terem sido interrompidas por quedas do Governo. Novos dados em análise

Começa esta terça-feira a X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate (designação oficial) e todos esperam que desta vez a verdade apurada seja a definitiva. Esta Comissão foi formada para prosseguir os trabalhos da IX, que foi interrompida em abril de 2011, devido à dissolução do Parlamento na sequência da demissão do governo do Partido Socialista (a VIII, aliás, também foi interrompida em 2004 devido à dissolução da Assembleia da República).

A intenção dos promotores desta comissão, o PSD e o CDS, é «dar continuidade à averiguação cabal das causas e circunstâncias em que, no dia 4 de dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes».

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O presidente será o social-democrata José Matos Rosa, que terá como vice-presidentes Raul Almeida (CDS-PP) e António Braga (PS).

Matos Rosa, Miguel Santos, Duarte Pacheco, Andreia Neto, Ana Sofia Bettencourt, Clara Marques Mendes e Pedro do Ó Ramos, do PSD, António Braga, Fernando Jesus, Isabel Oneto, Inês de Medeiros e João Paulo Pedrosa, do PS, José Ribeiro e Castro e Raul Almeida, do CDS-PP, Jorge Machado e Miguel Tiago do PCP, e Ana Drago do BE são os deputados que integram a 10ª comissão de inquérito.

Um dos novos dados apresentados é a declaração de Farinha Simões, em abril de 2012, que afirmou ter sido um quadro da CIA até 1989 e divulgou um texto a que chamou confissão no qual diz ter organizado o atentado em que morreu o então primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro. Conta que a «operação de Camarate» custou entre 750 mil e um milhão de dólares, pagos com cartões de crédito que usava e que lhe estavam atribuídas pela CIA.

Atualmente preso, a cumprir seis anos e meio de prisão por sequestro, justificou só ter confessado naquela altura a sua intervenção, garantindo ter sido um atentado, por já não correr o risco de ser julgado e por já não estar obrigado ao sigilo que a CIA impõe aos seus anteriores quadros.

Na sua versão, terá sido ele, a mando da CIA, que contratou José Esteves para fabricar a bomba que foi colocada no avião por Lee Rodrigues, cujo paradeiro se desconhece. Farinha Simões chegou a ser ouvido no Parlamento numa anterior comissão de inquérito, em 1995, quando se encontrava também detido, nessa altura condenado por tráfico de droga.

A ordem de trabalhos da reunião desta terça-feira inclui a aprovação do regulamento da comissão de inquérito, a marcação de audições e agendamento de outras diligências. O PSD e o CDS-PP já disseram que vão propor a audição do ex-líder social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa e dos ex-ministros Freitas do Amaral, Júlio Castro Caldas e Nuno Melo.

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