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Mães desempregadas: o desafio que é pôr comida na mesa (Parte II)

Há milhares de mulheres licenciadas sem emprego, muitas são mães

Susana, Ana Paula e Adriana são mães e desempregadas. Três casos que são o retrato de milhares de mulheres em Portugal. Estas são as histórias das mães «coragem» do século XXI. Estas são mães «heroínas», longe de guerras, mas que travam uma luta diária: pôr comida na mesa para os filhos.

Parte I: Conheça aqui as histórias de Ana Paula e Adriana

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A voz doce de Susana é, talvez, reflexo de quem trabalhou muito tempo com crianças. Educadora de infância, está há três anos afastada da profissão. O desemprego cresceu a par com a filha, Rafaela.

Depois de ter trabalhado em várias creches e jardins de infância, Susana Santos, atualmente com 37 anos, viu o «contrato acabar e não lhe ser renovado». A notícia foi «chocante», ainda por cima por se tratar de uma instituição católica. Susana «grávida de sete meses e meio», estava «internada quando foi despedida».

Entretanto, conseguiu arranjar um «emprego no aeroporto, em part-time», que durou até Janeiro. Hoje vive com «419 euros» de subsídio de desemprego e «35 do abono» da filha, que têm que chegar para pagar os «250 euros da renda da casa, mais água, luz e gás».

Como o pai da Rafaela também não pode ajudar muito, vai-lhe valendo o «pai», o avô da Rafaela que «é um santo» e que não deixa que falte nada à neta de dois anos, mas a mãe tem pena de não poder «variar mais» na alimentação da menina, de não ter oportunidade de comprar «borrego», por exemplo, que «é mais caro».

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Susana recebe ainda a ajuda da Ajuda de Mãe. Nesta instituição de solidariedade de Lisboa, em 2012, foram apoiadas 1126 mães, 571 estavam desempregadas, mas há ainda uma fatia de cerca de «20 por cento» com vínculos de «grande precariedade».

Dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) referentes a março mostram que estavam inscritas nos centros de emprego 368 174 mulheres, 59 291 têm o ensino superior, mais 33 por cento do que em Março de 2012, altura em que 44500 mulheres licenciadas procuravam emprego.

Nascida no pós-25 de Abril, Susana Santos olha o futuro com apreensão. «Não vejo grandes perspetivas em Portugal» e, não fosse a Rafaela ser «tão pequenina» e «tão ligada à família» e fazia as malas rumo ao estrangeiro.

«Voltámos muitos anos atrás» na educação, na saúde. «Isto tem que levar uma volta grande» e «tem que começar a haver emprego».

Por agora, Susana vai «mandando currículos» enquanto espera pela ação de formação do IEFP para que foi chamada no dia 8.

Neste Dia da Mãe, o melhor presente que lhe podiam dar era mesmo «um emprego».

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