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Mudar a visão que as crianças têm dos alimentos pode ser uma aventura

Fazer dos alimentos saudáveis heróis ou dar-lhes superpoderes, bem mexido com novas tecnologias, eis a nova receita contra a obesidade infantil

Os olhos também comem. O ditado parece fazer todo o sentido no que toca à relação das crianças com os alimentos. Um trabalho sobre «Obesidade infantil e os media», levado a cabo por três professores do Departamento de Psicologia da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, debruça-se sobre a influência do marketing nas escolhas alimentares dos mais novos, concluindo que a preferência acompanha o boneco ou a marca e não o sabor. Alguns países do norte da Europa já proibiram mesmo anúncios a comida dirigidos às crianças. Até o gigante Coca-Cola anunciou que quer acabar com a publicidade para menores de 12 anos.

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«Não acreditamos que a solução passe necessariamente por uma cultura de proibição. A indústria e o comércio alimentares devem tentar encontrar soluções de alimentação mais saudável e sustentável», defende a investigadora Mónica Truninger.

Esse é um passo, mas ainda é preciso escalar a montanha e pôr as crianças a gostarem e a desejarem a fruta e os legumes. A investigação americana defende o uso dos media para o promover: «Expor as crianças a mensagens saudáveis na televisão pode influenciar a sua dieta e elevar os níveis de atividade física». E chama também a atenção para as embalagens, contando uma experiência que revela que as crianças entre os 3 e os 5 anos que escolheram brócolos em vez do chocolate porque o embrulho do primeiro um boneco muito popular naquele segmento etário.

Rodrigo Carvalho, fundador da Nutri-ventures percebeu o poder das marcas em casa, com a sobrinha. Começava aí a aventura com o sócio Rui Lima Miranda, que tem quatro filhos. A Nutri-ventures é uma série de animação que aposta na alimentação saudável. Um produto português que já mereceu a atenção de Michelle Obama. Em três anos, já estão em «21 países», incluindo Estados Unidos, e até a Disney, em Espanha, se rendeu ao grupo de pequenos heróis capazes de enfrentar o vilão e defender a roda dos alimentos. Rodrigo Carvalho conta à tvi24.pt a chave para este sucesso: «O entretenimento é uma base de oportunidade do tamanho do mundo». «Estamos na era do entretenimento». As crianças «apaixonam-se» por um alimento com superpoderes ou um anel ou uma pedra mágica», ou seja, «uma criança gosta tanto de uma personagem independentemente do benefício». Todos os episódios são, no entanto, revistos por um nutricionista para não dizerem «bacoradas». A Nutri-ventures parece realmente fazer magia, que permite ter «crianças que vão para o Facebook dizer que gostam de leite», conta Rodrigo Carvalho.

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A empresa portuguesa prepara-se para assinar um protocolo com os Estados Unidos e assim tentar acabar com o bullying sobre quem leva salada para a mesa no refeitório da escola. Parece simples, mas na verdade, afirma Rodrigo Carvalho, «nunca se pensou usar personagens para comida boa». Por isso, querem ser «a primeira marca mundial dedicada aos alimentos honestamente saudáveis».

Rodrigo assume-se apenas como um contador de histórias. A ação das personagens que vivem num mundo sem alimentos é a sua missão. A criança só quer saber de ação e aventura. Mas, aí é que se abre «uma porta para a educação» que deve ser feita por encarregados e professores. Trata-se de criar «uma linguagem para os pais usarem» quando ao jantar tentam que a criança coma os legumes ou a sopa, que pode ser por si uma odisseia num «mundo mágico». Quem também embarca nesta aventura a partir de setembro são os professores. Um «negócio» e uma «causa», como lhe chama, a Nutri-ventures assinou um protocolo com os ministérios da Educação e da Saúde. O projeto que está em «fase de testes», vai permitir o download gratuito de episódios e fichas.

Também a APCOI está presente em «786 escolas» este ano com os seus «Heróis da Fruta». Os adultos «ajudaram a eleger os hinos da fruta do ano», com «mais de 2500 votos nas primeiras 24 horas».

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