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Pais das vítimas do Meco já receberam cerca de 70 e-mails

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O ministro Nuno Crato quer ouvir os estudantes sobre as praxes. Associações Académicas já se mostraram contra as proibições

Os pais dos seis jovens que morreram na praia do Meco na madrugada de 15 de Dezembro já receberam «cerca de 70 e-mails» no endereço divulgado no último sábado. Os familiares das vítimas mortais estão surpreendidos com o impacto do e-mail criado no sábado, tragedia.meco@gmail.com.

«No espaço de horas, tínhamos já muitos e-mails», adiantou Fátima Negrão, mãe de Pedro Negrão, em declarações ao «Jornal de Notícias».

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«As pessoas estão a aderir bastante. Estamos a receber muita informação», acrescenta, adiantando que alguns dos e-mails recebidos são «de muito interesse».

Sobrevivente esteve ou não em risco de vida?

Os pais e familiares das vítimas mortais continuam a apostar em João Gouveia e nas suas declarações para esclarecer o que se passou naquela madrugada. O jovem tem mantido o silêncio, motivado pela necessidade do luto e da integração da tragédia. Na última sexta-feira, a família do sobrevivente emitiu um comunicadoonde tentou justificar precisamente com esses argumentos o silêncio a que o rapaz se tem votado.

No comunicado, alegava-se também que «o João foi internado por afogamento no Hospital Garcia de Orta». Esta terça-feira, o jornal «Correio da Manhã» (CM) levanta dúvidas sobre essa versão. O CM cita o relatório clínico do jovem e adianta que João deu entrada no Hospital com hipotermia e não com sintomas de afogamento.

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O mesmo jornal refere ainda que o rapaz deu entrada no hospital pelo próprio pé no Hospital Garcia de Orta por colta das 03:00 e saiu três horas depois, acompanhado pela Polícia Marítima. Um médico do INEM ouvido pelo CM adianta que, em caso de afogamento, o prazo de internamento é de «pelo menos 24 horas».

Ministro quer ouvir estudantes sobre praxes

Mas os familiares das vítimas mortais também depositam grandes esperanças na intervenção do ministro da Educação. De acordo com o «Diários de Notícias» (DN), consideram que a entrada em cena de Nuno Crato, ao ter convocado estudantes e reitores para falar sobre praxes, significa que o caso já está a «mexer com o próprio Governo».

Nuno Crato chamou representantes das associações académicas e também reitores de universidades e politécnicos para discutir as praxes. A reunião ainda não tem data definitiva agendada, mas deve acontecer nos próximos dias.

Os responsáveis das principais associações académicas dos estabelecimentos públicos e privados já fizeram saber que estão contra qualquer proibição e sublinham que os excessos não se travam dessa maneira.

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«As coisas não se resolvem proibindo, mas tentando transformar as praxes em algo benéfico e positivo», defende Marcelo Fonseca, presidente da Associação Académica de Lisboa, em declarações ao DN.

A opinião é partilhada pelos representantes do Porto e de Coimbra. «Não nos parece que acabar com uma tradição seja a solução. O problema está nos abusos e não nas praxes. Abusos acontecem em qualquer atividade do dia a dia e quer seja nas praxes ou fora delas os seus responsáveis devem ser chamados à responsabilidade», diz Ricardo Morgado, da Associação Académica de Coimbra.

O assunto motivou também declarações de comentadores políticos, com José Sócrates a exigir uma «condenação» das praxes por parte de Nuno Crato, alegando que «estas práticas são a negação de qualquer espírito universitário». Na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou moderaçãoaos estudantes responsáveis pelas praxes, considerando que há comportamentos que ultrapassam «os limites do admissível» e configuram mesmo «bullying entre adultos».

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