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Violência sobre idosos aumentou 158% numa década

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Aumento da esperança de vida e crise podem potenciar casos de agressões de ordem física e psicológica sobre esta população

O número de processos de apoio a idosos vítimas de violência subiu de cerca de 200 em 2000 para 749 em 2011, um aumento de 158 por cento.

Dados da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa referentes ao Distrito Judicial de Lisboa referem que, entre 01 de janeiro e 30 de março deste ano, foram reportados 27 casos de violência contra idosos.

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Nas comarcas de Almada e Lisboa foram registados cinco casos em cada um,em Loures quatro casos, no Barreiro três e no Funchal dois.

Em 2011, foram assinalados 127 casos, a maioria em Ponta Delgada (54), seguindo-se Almada (17), Vila Franca de Xira (19), Torres Vedras (10), Funchal (9), Barreiro (8), Lisboa (5) e Loures (4).

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e a Direção-Geral da Saúde lançam na sexta-feira uma campanha de sensibilização para prevenir e combater a violência contra idosos.

A campanha é lançada no dia em que se assinala o 7º Dia Internacional de Sensibilização sobre a Prevenção da Violência Contra as Pessoas Idosas, que visa «alertar a sociedade para a necessidade de prevenir e combater este fenómeno», refere a APAV.

Esta iniciativa faz parte do projeto Títono - Apoio a Pessoas Idosas Vítimas de Crime e de Violência, financiado pela DGS e desenvolvido pela APAV que tem vindo a alertar a sociedade para a «realidade ainda obscura» da violência contra os idosos.

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Com o aumento da esperança de vida prevê-se que o número de pessoas com mais de 60 anos duplique até 2025, atingindo os 1,2 milhões. A Organização Mundial da Saúde receia que este aumento, associado a uma certa quebra de laços entre as gerações e o enfraquecimento dos sistemas de proteção social venha a agravar as situações de violência.

Em declarações à Lusa, Maria de Oliveira, técnica da APAV, afirmou que este crime representa «uma situação grave, não só socialmente, como também é um problema de saúde pública».

«Mais tarde ou mais cedo, as pessoas recorrem a unidade de saúde porque têm algum problema de saúde ou porque sofreram alguma forma de violência física».

«Mas nós sabemos que os nossos dados são só a pontinha do iceberg», comentou, alertando para um possível aumento destes casos: «O país encontra-se numa situação financeira difícil e temos famílias nucleares a regressarem a casa dos pais e isto pode potenciar situações de tensão e de conflitos».

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«Muitas vezes até são os idosos que sustentam o agregado familiar com a sua reforma», observou. Por outro lado, há cada vez mais casos de idosos a tomarem conta de outros idosos, uma situação que «acarreta uma grande carga emocional e que pode potenciar a ocorrência destas situações».

Também há relatos de furtos, de burlas e homejacking, em que as pessoas estão em casa e são brutalmente agredidas. «É uma realidade que vai desde a violência doméstica a todos os outros crimes de que os idosos são alvos na rua, em casa, em estabelecimentos, instituições», frisou.

Apesar das pessoas estarem mais sensibilizadas para este tipo de crime, «ainda há um longo caminho a percorrer».

«Muitas vezes as pessoas pensam que determinados comportamentos são normais e não assumem que estão a ser vítima de certo tipo de violência». Por outro lado, também têm vergonha se assumir que caíram numa armadilha, no caso das burlas, e «ficam com a autoestima em baixo».

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