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Esperança para o cancro da mama

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Uma equipa de investigadores do Ipatimup, no Porto, está a tentar encontrar um tratamento para os cancros da mama resistentes à quimioterapia e radioterapia. Uma terapêutica que, acreditam, está na vitamina D, que tem a característica de travar a proliferação das células. A investigação está na fase final e já se pensa num medicamento

No Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) a equipa de investigação do cancro da mama está centrada na descoberta de um tratamento para este tumor na sua forma mais agressiva (triplo negativos), que, até à data, não tem terapêutica específica. Todos os anos, em Portugal, surgem 4.500 novos casos de cancro da mama, sendo que aproximadamente 600 serão triplo negativos. E é para estes casos que surge agora uma esperança.

Fernando Schmitt e José Luís Costa, os responsáveis por esta investigação, contaram ao PortugalDiário que tudo «roda» à volta de algo tão simples como a vitamina D e a forma como esta actua no nosso organismo.

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Tendo em conta que uma das particularidades desta vitamina (que todos temos no nosso corpo) é combater a proliferação de células, exactamente o que acontece com as células cancerígenas; e tendo também em conta que está provado que há mais cancros da mama quer no Norte dos EUA e da Europa do que no Sul, porque as pessoas estão menos sujeitas à exposição solar (o sol induz uma reacção química que produz a molécula precursora da vitamina D), a hipótese de partida assentou na seguinte premissa: talvez a vitamina D (para além do conhecido efeito preventivo) possa combater a proliferação dos tumores.

Acontece que a vitamina D também está envolvida na regulação do cálcio, por isso «ao darmos vitamina D também interferimos com a calcificação dos ossos, por exemplo», explicou José Luís Costa. «Se enchermos uma pessoa de vitamina D ela morre, mas se construirmos uma molécula com características iguais às da vitamina, mas sem os efeitos colaterais, talvez se consiga travar este tipo de cancro da mama», acrescentou Fernando Schmitt.

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É precisamente isso que estes investigadores estão agora a fazer: encontrar uma molécula que funcione apenas como anti-proliferactiva. Para já estão a realizar estudos in vitro utilizando linhas celulares de tumores da mama às quais estão a administrar vitamina D. Depois vão administrar moléculas semelhantes à vitamina D, para ver como reagem as linhas celulares.

Os investigadores acreditam que a vitamina D «possa travar a proliferação das células cancerígenas ou então que altere as células de uma maneira que possibilite travar ou acabar com essa proliferação».

Depois de «descoberto» um composto que permita «bloquear» este cancro da mama mortal, porque resistente à quimioterapia e radioterapia, o Ipatimup terá de se associar a uma empresa da indústria farmacêutica para que sejam feitos os ensaios clínicos e, então sim, avançar com a comercialização de um fármaco.

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