José Sócrates não recua, defende a ministra da Educação e garante que a avaliação dos professores vai continuar a ser feita nos moldes acordados com os sindicatos, classificando-a de «absolutamente fundamental» para a melhoria do sistema educativo.
«Alegre está sempre disponível a dar razão menos ao Governo»
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«Vamos cumprir o acordo estabelecido com os sindicatos e aplicar a avaliação dos professores», afirmou José Sócrates, que falava em Ponte de Lima, onde foi recebido com palmas e entusiasmo numa altura em que aproveitou para entregar mais computadores «Magalhães» e voltar a falar da importância na aposta no inglês.
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Alunos expulsam ministra da Educação com ovos
Quanto aos pedidos repetidos para a demissão da Maria de Lurdes Rodrigues, o primeiro-ministro não responde, e força a nota: «Acredito num sistema melhor, baseado no mérito, na avaliação e não com a progressão automática na carreira, como aconteceu até agora». Reacção dura também ao sucedido em Fafe, onde a ministra foi recebida com uma chuva de ovos pelos alunos: «Não gostei do que vi, e nem sequer vou falar da má educação, mas o que me parece que estas atitudes anti-democráticas baseadas no insulto não contribuem em nada para a resolução das situações».
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Recusando as críticas de arrogância, inflexibilidade e falta de diálogo que têm sido feitas ao Governo, passou ao ataque. «Pode-se acusar o Governo de tudo, menos de não ter tentado negociar com os sindicatos», disse, lembrando que que a seguir à manifestação dos professores em Março o Governo «dialogou com os sindicatos e chegou a acordo», tendo sido assinado um memorando de entendimento.
«Ainda acredito neste processo de avaliação, porque não há educação melhor se não houver avaliação. O processo deve continuar, porque está ao serviço do país, de um melhor sistema educativo e ao serviço da escola pública», reforçou, acrescentando:
Processo é para avançar
«A avaliação de professores deve ser feita pelos pares e seria muito pior se fosse realizada por empresas ou universidades. Os professores são obrigados a aplicar a lei, que resulta de um entendimento com os sindicatos, logo a seguir à manifestação de 8 de Março. Há quem utilize as palavras de arrogância e intransigência, mas isso é de quem assinou acordo e não quer cumprir»
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«Eu acho que não é pedir de mais à outra parte que cumpra o que assinou. Se há inflexibilidade de alguém é do lado dos sindicatos, que estão a pedir ao Governo que desista de governar e de ter o seu ponto de vista para impor o seu», acrescentou.
O primeiro-ministro assegurou que o Governo «não vai alterar nada» neste processo de avaliação e acusou os contestatários de «não quererem avaliação nenhuma», para que as progressões na carreira se continuem apenas a fazer com base nos anos de serviço, «como aconteceu nos últimos 30 anos».
«Eu não estou disponível para esperar mais 30 anos para avaliar os professores. A progressão automática na carreira é contra os bons professores, contra o mérito e contra a excelência», vincou.
Ministra surpreendida
Maria de Lurdes Rodrigues também não entende a ameaça de suspensão da avaliação por parte dos professores, dizendo que «o memorando de entendimento é para cumprir».
«Para mim continua em vigor, por isso continuaremos a trabalhar. Estamos de boa fé neste processo e disponíveis para negociar», frisou.
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