Já fez LIKE no TVI Notícias?

Juiz Carlos Alexandre revê medida de coação de Sócrates

Relacionados

Na segunda-feira o ex-primeiro-ministro fez saber recusa a proposta do MP para ficar em prisão domiciliária com vigilância eletrónica

Na declaração, Sócrates diz que meditou longamente nesta decisão, no que ela significa de "sacrifício pessoal" e, principalmente, no sacrifício que ela representa para a sua família e para os seus amigos. José Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, no âmbito da "Operação Marquês".

O juiz Carlos Alexandre deverá tomar esta terça-feira uma decisão sobre as medidas de coação ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, que na segunda-feira recusou a proposta do Ministério Público para ficar em prisão domiciliária com vigilância eletrónica.

No sábado passado, à saída do Estabelecimento Prisional de Évora, onde José Sócrates se encontra detido desde 25 de novembro de 2014, um dos seus advogado, João Araújo, anunciou que o Ministério Público (MP) tinha proposto a alteração da medida de coação de prisão preventiva para prisão domiciliária.

João Araújo disse ainda que a medida de coação seria analisada hoje, e que o ex-líder do PS se iria pronunciar sobre a questão.

PUB

A resposta de Sócrates consta de uma carta divulgada na segunda-feira, na qual o antigo chefe do Governo (2005-2011) recusa a proposta do MP.

"Agora, o Ministério Público propõe prisão domiciliária com vigilância eletrónica, que continua a ser prisão, só que necessita do meu acordo. Nunca, em consciência, poderia dá-lo", escreveu José Sócrates.

"Todavia, o critério de decisão é simples - ela tem de estar de acordo com o respeito que devo a mim próprio e com o respeito que devo aos cargos públicos que exerci. Nas situações mais difíceis há sempre uma escolha. A minha é esta: digo não", sublinhou o ex-líder do PS.

Sócrates reitera que a sua prisão constituiu uma "enorme e cruel injustiça", referindo que está há seis meses sem acusação e sem acesso aos autos.

"Também não ignoro - nem pactuo - com a utilização da prisão domiciliária com vigilância eletrónicas como instrumento de suavização, destinado a corrigir erros de forma, a parecer que nunca se cometeram. Estas 'meias-libertações' não têm outro objetivo que não seja disfarçar o erro original e o sucessivo falhanço: depois de seis meses de prisão, nem factos, nem provas, nem acusação", conclui.

PUB

Está indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, sendo o único arguido ainda em prisão preventiva neste processo, depois de o empresário Carlos Santos Silva ter passado a prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, no final de maio.

No âmbito do processo, são ainda arguidos os empresários Joaquim Barroca Rodrigues, do Grupo Lena, Lalanda de Castro e Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e João Perna, antigo motorista de Sócrates.

PUB

Relacionados

Últimas