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Futuros magistrados apanhados a copiar em teste

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CEJ decidiu anular prova e atribuir a mesma nota a todos os candidatos

Artigo actualizado às 23:10

Um copianço generalizado num teste do curso de auditores de Justiça do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) levou à anulação do teste, mas a direcção decidiu atribuir nota positiva (10) a todos os futuros magistrados.

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Num despacho datado de 1 de Junho e assinado pela diretora do CEJ, a desembargadora Ana Luísa Geraldes, a que a agência Lusa teve acesso, é referido que na correção do teste de Investigação Criminal e Gestão do Inquérito (ICGI) «verificou-se a existência de respostas coincidentes em vários grupos» de alunos da mesma sala.

O documento indica que, em alguns grupos, «a esmagadora maioria dos testes» tinha «muitas respostas parecidas ou mesmo iguais», constatando-se que todos os alunos erraram em certas questões.

No despacho, é dito que as perguntas erradas nem eram as mais difíceis do teste, tendo-se verificado também o inverso: numa das questões mais difíceis ninguém falhou. Realça-se ainda que há pessoas, sentadas ao lado umas das outras, que têm «testes exatamente iguais, repetindo entre elas os erros que fizeram».

Perante o copianço da turma, a direção do CEJ decidiu, em reunião, «anular o teste em causa, atribuindo a todos os auditores de Justiça a classificação final de 10 valores» em Investigação Criminal e Gestão do Inquérito.

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Desta decisão foi dado conhecimento aos diretores adjuntos do CEJ, ao coordenador da Área Penal e restantes docentes e à Secção Pedagógica.

Todos «excluídos»

Já o bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Marinho Pinto, defendeu esta noite que os formandos do Centro de Estudos Judiciários que utilizaram «métodos fraudulentos» para ficarem aprovados no curso para magistrados deviam ser «excluídos» da profissão.

Em declarações à Lusa sobre o caso do copianço generalizado num teste do curso de auditores de Justiça do CEJ, António Marinho Pinto salientou que as pessoas que «utilizam métodos fraudulentos para acederem à magistratura não serão seguramente magistrados honestos».

«Isto é, de facto, um dos pontos mais graves da nossa Justiça», disse o bastonário dos advogados, observando que a estes formandos apanhados a copiar «falece-lhes a legitimidade moral para poderem ser magistrados» e julgarem e condenarem outros cidadãos.

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