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Noite Branca: «Já tombei o teu amigo»

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Testemunha diz que «Berto Maluco» lhe confessou ter assassinado Nuno Gaiato

Ricardo Fernandes, amigo de Nuno Gaiato, cujo homicídio a 13 de Julho de 2007 na discoteca «El Sonero» está a ser julgado no Tribunal de São João Novo, no Porto, afirmou esta tarde em tribunal que «Berto Maluco», assassinado em Dezembro do mesmo ano, o contactou «por chamada ou sms» na noite do crime para lhe dizer: «Já tombei (ou marei) o teu amigo».

A testemunha, que juntamente com a vítima e os arguidos, frequentavam um ginásio, no Porto, recordou ainda as diversas tentativas de Alberto Ferreira (Berto Maluco) para ajustar contas com Gaiato.

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«O Berto procurou o Nuno no ginásio e disse-me «Onde está esse fdp, ele tem a mania que é pistoleiro, vamos ver quem é que mata quem». Recorda-se ainda de ter contado ao Nuno que o Berto ia atrás dele e de este ter dito que «estava à espera».

Ricardo dirigiu-se à porta da PJ do Porto, na noite do crime, juntamente com Aurélio Palha, empresário próximo de Berto, assassinado em Agosto desse ano, e de ouvir um advogado referir que o Hugo Rocha, principal arguido do processo, se encontrava no hospital com a roupa ensanguentada.

Refira-se que a roupa nunca apareceu e que Hugo Rocha se apresentou na PJ com outra roupa, conforme referiu esta tarde o inspector da Judiciária, Fernando Barbarroxa.

Manuel Couto, gerente da cervejaria Mostarda, na altura propriedade de Aurélio Palha, revelou em tribunal que, na noite do crime, Palha recebeu um telefonema e saiu apressadamente dizendo «Este gajo, o Berto, já fez m.». Mais tarde terá acrescentando que «o Berto tinha matado outra pessoa mas como estava em liberdade condicional e como o Hugo tinha sido baleado poderia alegar legítima defesa».

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O Ministério Público confrontou a testemunha com as declarações prestadas na PJ do Porto, a 5 de Setembro de 2007. Nessa altura Couto afirmou que «o Aurélio lhe tinha dito «estes gajos já fizeram m.» e que «o Hugo Rocha era muito estúpido por ter cedido às pressões do Berto e ir assumir sozinho o crime». Mais: «pelo que Aurélio lhe tinha dito os autores do crime tinham sido o Hugo Rocha e o Berto maluco».

Perante a manifesta contradição entre depoimentos, Manuel Couto alegou que na altura «estava assustado» e que apenas hoje tinha falado verdade. Um «medo» que reconhece ainda ter. Não dos arguidos, mas «a sala está cheia e não sei quem é que está aqui a ouvir».

Marco Santos, irmão de «Berto Maluco», referiu em tribunal que o irmão o procurou alguns dias após a morte de Gaiato a dizer «que a coisa tinha corrido para o torto» e que após uma discussão dele com o Nuno, «o Hugo Rocha tinha puxado de uma arma e disparado».

Acrescentou ainda que o irmão lhe pediu ajuda «para esconder a arma que tinha morto o Gaiato». Tal não foi possível e dias mais tarde questionou Berto sobre a arma, tendo-lhe aquele referido «que já não era preciso porque já a tinha desmontando e atirado ao rio».

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«O meu irmão andava com medo, achava que o andavam para botar abaixo», referiu, sem especificar se Berto andava com medo de Hugo Rocha.

Ao longo da tarde, o tribunal ouviu ainda Mauro Santos, amigo da vítima, e que juntamente com «Pidá» se encontra em prisão preventiva acusado pela morte do segurança de Miragaia, Ilídio Correia.

Segundo esta testemunha, Nuno Gaiato começou a andar armado por recear o grupo de Valbom, que dias antes tinham protagonizado um tiroteio, do qual Mauro saiu ferido.

Além de agentes da PSP e dos pais da vítima, o colectivo ouviu ainda o inspector da PJ, Fernando Barbarroxa que deteve Hugo Rocha no hospital, na noite do crime, e que dentro do carro terá admitido: «que tinha a vida estragada». Terá ainda acrescentado «Perdi o controlo». Mas durante o interrogatório na Judiciária, recusou prestar declarações.

Hugo Rocha, Vasco Cardoso (Vasquinho) e José Santos (Timóteo) estão a ser julgados pelo homicídio de Nuno Gaiato. O julgamento prossegue na próxima segunda-feira.

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