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Prima de Allan Sharif admitiu levantamentos do estrangeiro

Arguida garante que pensava que dinheiro era resultante da venda de uma quinta do seu pai

Uma prima do luso-americano Allan Sharif admitiu esta segunda-feira em tribunal ter levantado por várias vezes dinheiro proveniente do estrangeiro, mas que pensava ser resultante da venda de uma quinta do seu pai, situada em Mangualde.

Familiares de alegado burlão em Tribunal

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Actualmente com 30 anos, Allan Guedes Sharif, detido em Junho de 2008 em Viseu, é considerado o «cérebro» de um grupo constituído pelo seu tio, os quatro filhos e o genro deste, e um amigo, todos arguidos.

Estão acusados da co-autoria de 27 crimes de extorsão qualificada, burla agravada e branqueamento de capitais de índole transnacional, que terão lesado empresas e instituições financeiras de vários países, nomeadamente os Estados Unidos.

No primeiro dia do julgamento, Allan Sharif e o tio optaram por não prestar declarações.

«Todos os levantamentos que fiz foram a mando do meu pai»

O único arguido a ser ouvido foi a prima mais velha do luso-americano, de 32 anos, sócia do pai em duas empresas de Mangualde, que durante três horas de depoimento deixou sem resposta muitas das perguntas feitas pelo presidente do colectivo de juízes e pelo Procurador da República.

A mulher admitiu que, a pedido o pai, realizou levantamentos nos CTT de Mangualde, de Fornos de Algodres e de Buarcos e na agência do BCP da Figueira da Foz, apenas mediante a apresentação aos balcões do código da transferência e do seu Bilhete de Identidade.

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Só a 22 de Agosto de 2007, na Figueira da Foz, onde disse que estava a passar férias, fez quatro levantamentos e o seu marido mais três, que na totalidade estima terem rondado os «sete, oito mil euros». «Todos os levantamentos que fiz foram a mando do meu pai, porque ele disse que vendeu uma grande quinta a um estrangeiro», em Várzea de Tavares, Mangualde, explicou.

O presidente do colectivo questionou como é que, «sendo o contrato-promessa de compra e venda só de Janeiro de 2008, já em Agosto de 2007 andava a levantar dinheiro» e o porquê de o nome dos remetentes do dinheiro não coincidir com o do estrangeiro que terá comprado a quinta.

A mulher não conseguiu dar uma explicação a muitas das perguntas, nomeadamente o facto de ter sido feito um telefonema para os EUA de um telemóvel que usava ao serviço da empresa onde era secretária. Admitiu, no entanto, que o seu primo teria tido oportunidade de o usar, porque trabalhava num gabinete próximo.

«Todos os primos são inocentes»

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No final da audiência, a sua representante, Noémia Pires, negou aos jornalistas que a prima mais velha de Allan Sharif tivesse entrado em contradições. «Ela contraditória não é, é desta inconsistência porque é uma pessoa que está a fazer um recado ao pai e não sabe o que está a fazer», frisou, considerando que todos os primos de Allan Sharif «são inocentes».

O advogado de Allan Sharif, Pedro Melo, disse apenas que vai aguardar o final do julgamento com serenidade.

O julgamento prossegue terça-feira, com a audição dos restantes arguidos que se mostraram dispostos a falar. Está também já marcada uma sessão para 12 de Fevereiro, onde deverão ser ouvidas testemunhas dos Estados Unidos e do Canadá.

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