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Acusado de 439 crimes de abuso de crianças julgado por tribunal de júri

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O homem é acusado do crime de abuso sexual de nove crianças que, à data dos factos, tinham entre 08 e 12 anos

O professor de educação física e também treinador de futebol, acusado de 439 crimes de abuso sexual de nove crianças, vai ser julgado em Penafiel por um tribunal de júri, adiantou esta sexta-feira à agência Lusa o advogado do arguido.

Hernâni Gomes requereu que o seu constituinte fosse julgado por um tribunal de júri, estando ainda a decorrer a seleção dos jurados, razão pela qual ainda não há data para o início do julgamento, que vai decorrer na Comarca do Porto Este, Instância Local de Penafiel.

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O advogado pediu igualmente a realização de exames periciais à personalidade do arguido para se detetar «eventuais desvios comportamentais em matéria de abuso sexual de menores», considerando que estas diligências vão permitir «um melhor apuramento da verdade dos factos e uma melhor defesa do seu constituinte». O julgamento do arguido, que completa 36 anos na terça-feira e que se encontra em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional do Porto, vai decorrer à porta fechada, por decisão do Ministério Público (MP), tendo em conta o tipo de crimes e as vítimas em causa.

Segundo a acusação do MP, a que a Lusa teve acesso, o homem é acusado do crime de abuso sexual de nove crianças que, à data dos factos, tinham entre 08 e 12 anos.

O MP refere que o arguido desenvolveu, pelo menos, desde os 18 anos uma «forte atração sexual» por crianças do sexo masculino com idades entre os sete e os 12 anos.

«Assim, com vista a satisfazer os seus impulsos sexuais, o arguido sempre procurou empregos nos quais pudesse estar junto de crianças sem supervisão de terceiros, seja como professor de educação física, professor de crianças com necessidades educativas especiais ou treinador de futebol, sempre com crianças até aos 12 anos», sustenta a acusação.

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Uma vez nesses locais, o arguido «selecionava as crianças» mais suscetíveis de «tolerar os seus avanços» e utilizava vários métodos para atingir os seus objetivos sexuais.

«Seja pelas promessas de uma carreira futebolística, prendas e viagens, ou fazendo-se valer do ascendente que tinha sobre as vítimas - fruto da sua idade, relação familiar, cargo que ocupava -, bem como da imaturidade e inexperiência das crianças, constranger as mesmas a praticar atos sexuais», explica o MP.

Enquanto treinador de escalões jovens de um clube de futebol do concelho de Marco de Canaveses, entre 2007 e 2009, o arguido terá praticado atos sexuais com quatro menores.

O homem está acusado de 260 crimes de abuso sexual de dois alunos (130 por cada uma das vítimas), de 2010 a 2013, período durante o qual foi professor de educação física e lecionou aulas de apoio de outras disciplinas a alunos com necessidades educativas especiais, numa escola de Lisboa.

Entre 2009 e 2013, é suspeito de abusar sexualmente de um sobrinho que, à data do início dos factos, tinha oito anos.

Em 2012, enquanto treinador de escalões jovens de um clube de futebol de Lisboa, o arguido convenceu os pais de um menor a deixá-lo pernoitar, nas vésperas dos jogos, em sua casa, além de o levar consigo para Marco de Canaveses, numa viagem à Madeira e a passar uma semana num hotel de Lisboa. Estão em causa 100 crimes de abuso sexual de crianças.

O homem iniciou funções como docente de um centro de reabilitação, no Funchal, na ilha da Madeira, em 2013. É acusado de 30 crimes cometidos sobre um menor que frequentava a instituição.

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