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Apito: juiz não quer ouvir Soares Franco

Magistrado judicial considera «irrelavante» a audição de Luís Duque e Vítor Pereira e prevê leitura do acórdão para 14 de Julho

(ÚLTIMA ACTUALIZAÇÃO ÀS 19:00)

O juiz que preside ao colectivo que está a julgar o processo Apito Dourado indeferiu esta tarde a audição de Luís Duque, Soares Franco, Artur Jorge e António Carraça por considerar «notória a irrelevância da diligência», pode ler-se no despacho notificado às partes.

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A informação foi ainda transmitida aos jornalistas, pelo juiz, durante o julgamento, no Tribunal de Gondomar. O requerimento tinha sido formulado pelo Ministério Público com vista a esclarecer o processo de escolha do arguido Pinto de Sousa para integrar a lista única que se apresentou às eleições para os órgãos da Federação Portuguesa de Futebol (FPFP), em 2002.

Refira-se que Soares Franco, actual presidente da SAD sportinguista, foi candidato a vice-presidente da Federação em 1998, enquanto Luís Duque, da mesma SAD, era candidato, no mesmo ano, à presidência da Federação.

Artur Jorge chegou a anunciar uma candidatura à FPFP, em 2002, numa lista em que Vítor Pereira iria liderar a arbitragem. A referida candidatura não avançou.

Já António Carraça foi presidente do Sindicato dos Jogadores.

Segundo o juiz, as «vicissitudes das eleições de 1998» para a Federação não têm «qualquer relevo» para o caso em apreço, envolvendo a época desportiva 2003/04. Já em relação às eleições de 2002, António Carneiro da Silva argumentou que uma lista contrária, que nem sequer chegou a apresentar-se às urnas, com toda a certeza não teria «conhecimento pessoal e directo» sobre os critérios da escolha de Pinto de Sousa, pelo que seria irrelevante.

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Testemunhas aceites para esclarecer «contexto» das conversas escutadas

O tribunal decidiu, por outro lado, aceitar o pedido do MP para que João Peniche, António Silva Henriques, Eduardo David, Gaspar Silva, Henriques Nunes e José Bernardo Pinto de Sousa sejam chamados a esclarecer «o sentido» e «o contexto» de conversas telefónicas mantidas com os arguidos e que foram interceptadas pela investigação.

O juiz considerou a diligência relevante para a descoberta da verdade, tendo até em conta que os arguidos se remeteram ao silêncio e não esclareceram o sentido das conversas mantidas.

Ourives será reinquirido

O tribunal anunciou ainda que vai reinquirir o ourives António Fernando Neves Ribeiro para esclarecer se este forneceu aos arguidos os artefactos em ouro encontrados durante as buscas e que, segundo os exames realizados, terão sido fabricados, na sua maioria, por outra pessoa.

Recorde-se que a acusação refere que a testemunha vendeu diversos artefactos em ouro ao arguido José Luís Oliveira, presidente do Gondomar Sport Clube, e que este os ofereceu aos árbitros em troca de actos contrários às leis do jogo.

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Juiz prevê leitura do acórdão a 14 de Julho

No mesmo dia em que recebeu Pinto da Costa e Carolina Salgado [Ver notícia relacionada: Apito: «É evidente que está a mentir»] para uma acareação, que nada adiantou em relação ao apuramento da verdade, o juiz anunciou o arranque das alegações finais para 16 de Junho, exigindo a presença de todos os arguidos nessa altura. António Carneiro da Silva prevê ainda que a leitura do acórdão venha a ocorrer a 14 de Julho.

Um calendário que as defesas não acreditam que venha a ser cumprido, já que alguns arguidos tencionam ainda prestar declarações.

O julgamento prossegue no dia 26 de Maio, à tarde. No dia 27 serão ouvidas as testemunhas que o juiz hoje aceitou.

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