Liliana Melo, a mãe a quem o Tribunal de Sintra decretou, há três anos, a retirada de sete dos dez filhos, vai poder voltar a vê-los. A decisão é do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que determina que o Estado português tem de autorizar os contactos entre a família cabo-verdiana. A decisão do tribunal é clara: o Estado português tem de criar condições para que Liliana Melo possa rever os sete filhos que estão em diversas instituições. De acordo com a imprensa deste sábado, trata-se de um regime de visitas, provisório que deve existir até que o processo judicial, que se arrasta há vários anos chegue ao fim. A 8 de junho de 2012 a polícia cercou o prédio na Tapada das Mercês, em Sintra e cumpriu a decisão do tribunal: levou seis menores. O sétimo estava na escola. Tudo começou em 2005 quando chegaram à segurança social as primeiras denúncias sobre a família. Um ano depois, as crianças começaram a ser acompanhadas pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. A Família foi levada a cumprir condições mínimas para manter as crianças em casa: escola, alimentação e higiene, mas ainda havia mais: Liliana devia proceder à laqueação de trompas, uma decisão que, na altura, foi bastante polémica e que nunca cumpriu. A defesa recorreu da decisão do Tribunal de Sintra e o caso está agora no Supremo Tribunal de Justiça. Ao longo do tempo, a mãe tem feito sucessivos pedidos para visitar os filhos e nunca obteve resposta. Em dezembro passado, Liliana melo avançou para o Tribunal Europeu dos Direitos humanos numa ação contra o Estado português. A resposta chegou agora e permite que, três anos depois, mãe e filhos possam voltar a ver-se.
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