Já fez LIKE no TVI Notícias?

Contentores: recorrer «ao tribunal» é uma hipótese

Relacionados

Movimento que contesta a expansão do terminal de contentores explicou estratégia

O movimento que contesta a expansão do terminal de contentores de Alcântara pode recorrer ao tribunal europeu por violação das normas da concorrência, caso falhe a via política, admitiu esta terça-feira o escritor Miguel Sousa Tavares, escreve a Lusa.

A par de uma iniciativa legislativa popular ou uma providência cautelar, esta é uma das hipóteses que está a ser estudada, caso não seja revogado o decreto-lei 188/2008, que alterou as bases da concessão e autorizou a triplicação da capacidade de contentores do terminal portuário de Alcântara.

PUB

Assembleia Metropolitana quer suspender contentores

«Obras não avançam sem avaliação ambiental»

Estas soluções foram avançadas por Miguel Sousa Tavares numa conferência de imprensa que serviu para apresentar uma nova associação em defesa do Tejo («Lisboa e Tejo e Tudo») e em que se voltou a questionar a «urgência» de triplicar a actual capacidade do terminal e se apelou à necessidade de realizar estudos que fundamentem esta decisão.

A expansão do terminal de contentores de Alcântara serve unicamente os interesses de uma empresa privada e é lesiva para o erário público, alertou o escritor.

Interesses de um empresa privada

«Descobrimos várias coisas: que a obra era inútil e com enormes custos para o erário público. A única conclusão depois de ver o contrato [assinado com a Liscont, concessionária do terminal] é que este corresponde à satisfação dos interesses de uma empresa privada», salientou Miguel Sousa Tavares na conferência de imprensa.

PUB

Entre os vários argumentos que sustentam esta posição, contam-se o facto da maior parte do investimento ser feito por entidades públicas (o Estado vai investir via Administração do Porto de Lisboa e REFER um total de 540,9 milhões de euros, cabendo à Liscont um investimento estimado de 226,7 milhões de euros), as indemnizações a pagar à Liscont caso não sejam atingidos os objectivos, a dispensa de concurso público e não estar provada a necessidade de aumentar a capacidade de contentorização naquele terminal.

«A obra beneficia a Mota-Engil [grupo a que pertence a Liscont e que é presidido pelo socialista Jorge Coelho] e prejudica os lisboetas», acrescentou o deputado social-democrata, Luís Rodrigues, que também pertence ao movimento cívico.

Proteger a cidade

Miguel Sousa Tavares sublinhou que o movimento é apoiado pela oposição camarária e por 41 dos 53 presidente de juntas de Lisboa e apelou aos deputados do PS para deixarem a obediência partidária de lado na apreciação parlamentar do diploma, requerida pelos grupos parlamentares do PSD e PCP, e que pode levar à revogação do decreto-lei 188/2008.

PUB

«Nada os dispensa de se informarem e de perceberem que o contrato com a Liscont é um atentado ao interesse público», observou.

A associação esta terça-feira apresentada visa proteger a cidade e o rio dos «atentados» que têm sido cometidos e para afirmar que «o Tejo tem um dono e esse dono chama-se Lisboa».

Pelos contentores

Já a petição que defende a extensão do terminal de contentores, subscrita por cerca de 6.600 cidadãos, foi esta terça-feira entregue na Assembleia da República, a Jaime Gama.

O primeiro signatário da petição, o professor universitário e ex-administrador portuário João Quaresma Dias, afirmou ter cumprido uma «missão cívica» ao promover a petição, considerando que o agendamento da discussão é um «problema político».

PUB

Relacionados

Últimas