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Família de Fernando Pessoa queixa-se de «calúnias»

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Herdeiros do poeta acusam de difamação três investigadores

Os sobrinhos de Fernando Pessoa, Manuela Nogueira e Miguel Rosa, acusam de difamação os três investigadores que digitalizaram documentos do poeta ainda em seu poder, numa carta posta a circular pelos e-mails de amigos e conhecidos.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, intitulada «Esclarecimento sobre as calúnias à família de Fernando Pessoa» e assinada por ambos, classificam como «arrivistas» os investigadores Jerónimo Pizarro, Patrício Ferrari e Stephan Dix, a quem deram acesso aos papéis do poeta e que depois os acusaram de não ter revelado toda a documentação na sua posse.

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Afirmando expor «factos que podem ser documentados», Manuela Nogueira e Miguel Rosa defendem que foi «a ânsia de notoriedade» destes investigadores que os fez «dar a jornalistas notícias constantes do que faziam e veicularem a ideia de que, afinal, a família do poeta sonegara bastante material no passado».

«Sem conhecimento dos dois contratos firmados entre a família, o Estado e a Câmara Municipal de Lisboa (CML), propalaram, com má-fé, uma história difamatória», sustentam.

Resumo da história

E apresentam, em seguida, um resumo dos factos: «em finais de 1978, os herdeiros de Fernando Pessoa (¿) venderam ao Estado o conteúdo da arca onde Fernando Pessoa deixara, em grandes envelopes, a obra que arrumara».

Nesse espólio se incluíam «os originais da obra de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos», vendidos ao Estado «por um preço exíguo (esses originais têm hoje um valor incalculável)» e depositados na Biblioteca Nacional.

«Do espólio saiu praticamente a totalidade da obra do poeta ¿ alvo de traduções em 35 idiomas ¿ e inúmeros trabalhos de estudiosos, tudo para benefício do público, de autores, editores e livreiros», sublinham.

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Por sua vez, a CML (à qual pertence a Casa Fernando Pessoa, CFP) comprou à família, em finais de 1988, «dois lotes de livros que o poeta deixara em duas estantes»

«No contrato, que a família conserva, diz: uma estante com 327 livros encadernados e outra com 777 livros. Não existe no contrato a palavra Biblioteca, nem qualquer referência a revistas», referem.

«A família vendeu o que foi objecto de um contrato e não tudo o que, na altura, a irmã do poeta (Henriqueta Madalena, mãe de Manuela Nogueira e Miguel Rosa) pudesse possuir relativo ao irmão», frisam, para se defender da acusação dos investigadores, a quem chamam «os abusadores da confiança da família», de terem conservado património que já não deviam possuir.

No texto, os sobrinhos de Pessoa afirmam que «parece que a Câmara perdeu os contratos e actuou baseada apenas na informação veiculada pelos estudiosos e confirmada pela directora da Casa Fernando Pessoa».

E terminam, dizendo, em maiúsculas, que «não se deve admitir o uso de calúnias por falta de informação».

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