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Maravilhas: lista esqueceu monumentos portugueses «fundamentais»

Especialista elaborou uma nova selecção que deverá ser votada pelo público

O professor catedrático Pedro Dias defende que devem ser incluídos na lista do concurso «Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo» alguns monumentos «fundamentais» construídos pelos portugueses na Índia, Brasil e África.

Em declarações à Agência Lusa, o especialista referiu ter elaborado uma lista alternativa de monumentos ¿ «mais afinada» ¿ para ser votada pelo público no concurso de selecção das sete «Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo», organizado pela New 7 Wonders Portugal.

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A organização do concurso anunciou hoje que adiou o início da votação de domingo para data a anunciar, de forma a receber «novos contributos científicos» do professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

A concurso estavam 22 monumentos construídos por portugueses, classificados como Património da Humanidade pela UNESCO e distribuídos por três continentes, dos quais serão escolhidos sete na votação, cujo resultado final será conhecido a 10 de Junho de 2009.

Esta lista baseou-se numa listagem apresentada pela Universidade de Coimbra, pelo Instituto Português do Património Arquitectónico e pela Comissão Nacional da UNESCO.

«A lista do património português classificado apresentada pela UNESCO não contém a generalidade do património de origem portuguesa fundamental, deixa de fora núcleos importantíssimos e inclui outros em que a presença portuguesa é residual», avaliou o especialista, acrescentando: «Está longe de ter aqueles que merecem».

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«Fortalezas e outros monumentos esquecidos

Pedro Dias disse à Lusa que não está ligado à organização do evento, e que só recentemente tomou conhecimento da lista, quando o director do Instituto de História da Arte da Universidade de Coimbra (entidade que colabora com a iniciativa), António Filipe Pimentel, lhe pediu que a avaliasse porque lhe suscitava dúvidas.

«Pareceu-lhe que havia monumentos a mais e a menos. Alertou-me e pediu-me para a avaliar», referiu o catedrático, autor da «História de Arte Portuguesa no Mundo (1415-1822)», obra em dois volumes.

Depois de um estudo da lista do concurso, Pedro Dias elaborou uma proposta «com uma filosofia diferente» que «foi bem acolhida pela organização» e irá entregar na terça-feira uma lista alternativa completa com material gráfico e uma justificação das escolhas.

Destacou casos de fortalezas portuguesas e outros monumentos existentes na índia, Brasil e Angola que tinham sido esquecidos da lista. «Incluía, por exemplo, fortalezas no Gana em que os portugueses deixaram vestígios pequenos, enquanto que ficaram de fora outras muito importantes em Diu, Damão, Goa (Índia), e em Ormuz (Irão)», apontou.

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Pedro Dias foi director do Instituto de História da Arte da Universidade de Coimbra, entre 1976 e 1997, director do Museu Nacional de Machado de Castro e delegado da Secretaria de Estado da Cultura para a Zona Centro.

Participou no Grupo de Trabalho de História da Arte da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, de 1989 a 1996, e foi Presidente do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, entre 2003 e 2005.

Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Gulbenkian de História de Arte, pelo trabalho «A Arquitectura dos Portugueses em Marrocos (1415-1769)».

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