Mais de 10 mil enfermeiros, concentrados frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, iniciaram às 15:30 uma marcha de protesto rumo ao Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, a exigir ordenados ajustados a uma carreira qualificada.
No decorrer da marcha, por ruas cortadas ao trânsito por cordões policiais, ouvem-se palavras de ordem como «basta de ser explorada a formação especializada» e a «luta continua, a enfermagem está na rua».
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A indignação dos jovens enfermeiros, que são milhares nesta manifestação, está também expressa na bata de Bruno Gomes, onde questiona se «a licenciatura está em saldos?».
Este jovem enfermeiro contou à Lusa que está há três anos a trabalhar num hospital como contratado sem ter qualquer benefício em termos de carreira.
«Estamos aqui para sermos reconhecidos como licenciados na área da saúde», disse Bruno Gomes, apelando para que deixem de haver «enfermeiros de primeira e de segunda».
A manifestação ¿ que se realiza no terceiro dia de uma greve nacional dos enfermeiros ¿ vai despertando a curiosidade de quem passa junto ao Ministério da Saúde e vê um mar de bandeiras e batas brancas.
Na manifestação estão enfermeiros de vários pontos do país a apelar para que «a formação acrescida tem de ser reconhecida».
Os enfermeiros portugueses promoveram a greve nacional de três dias contra a proposta de ingresso na carreira a receber 995 euros, um valor abaixo dos actuais 1020 euros, como alegam, o que já foi desmentido pelo Ministério da Saúde.
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As cotas que limitam o acesso de apenas 10 por cento destes profissionais ao topo da carreira são outro dos motivos invocados para a realização da greve.
O Ministério da Saúde esclareceu que a proposta de ingresso na carreira que está em discussão com os enfermeiros é no sentido de manter o valor actual dos 1020 euros.
«A última proposta de ingresso na carreira que foi entregue pelo Ministério da Saúde aos enfermeiros foi no sentido de manter o actual valor, 1020 euros, e não descer para 995 euro», como têm afirmado os enfermeiros, disse fonte oficial do Ministério à agência Lusa.
A proposta coloca «a entrada no nível 15 (1201,48 euros)» e «todos os que ganham menos actualmente passam a ganhar este valor num horizonte temporal de três/quatro anos e, neste período, quem entra nunca ganharia menos do que aquilo que se ganha hoje na entrada, ou seja, 1020», acrescentou.
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