O presidente da Associação Académica de Coimbra fez esta quarta-feira um balanço «positivo» da manifestação realizada em Lisboa, pela mobilização dos alunos, mas também «muito negativo», devido aos problemas «muito graves» que o ensino superior atravessa.
A manifestação do ensino superior público, para contestar os cortes na Acção Social Escolar e o aumento das propinas, reuniu entre seis mil e sete mil alunos de várias universidades do país, segundo a organização. A PSP dá outro número: cerca de cinco mil.
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«O balanço que fazemos é positivo e negativo. Positivo porque houve muita mobilização e negativo porque essa mobilização significa que há problemas muito graves em relação ao ensino superior», afirmou o presidente da AAC, que convocou o protesto.
Os estudantes concentraram-se no Marquês de Pombal e seguiram depois para a Assembleia da República, onde foram recebidos pelos partidos com assento parlamentar.
Segundo Miguel Portugal, os grupos parlamentares «mostraram alguma abertura» para discutir a questão das bolsas de Acção Social, cuja atribuição deverá ser afectada pelo impacto do decreto-lei 70/2010, relativo ao cálculo da condição de recursos dos agregados familiares, que os estudantes querem ver revogado.
«Os objectivos políticos foram também cumpridos, mas se a situação continuar temos a certeza que mais estudantes virão para a rua protestar», sublinhou o presidente da AAC.
Na Universidade de Coimbra, segundo Miguel Portugal, dos cerca de cinco mil actuais bolseiros «entre 1200 a 1500» vão deixar de receber apoio.
Participaram no protesto alunos das Universidades de Coimbra, do Minho, Porto e Nova de Lisboa, das Faculdades de Belas Artes e Ciências da Universidade de Lisboa e dos Institutos Politécnicos de Beja e Tomar, entre outras instituições.
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